Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...
Alberto Caeiro
2 comentários:
Ai! se eu tivesse sempre só o céu por cima e a água por baixo...
Graciar por regalarnos tan fermosas poesias.
Parabens e apertas
Obrigada és sempte gentil..mas eu sou mais burro do moleiro..e olhar paea trás também não gosto
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