quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Museu Marítimo de Ilhavo- Album do Mar-Pintura de Costa Pinheiro










“Um navio ancorado num porto sem abrigo”, assim se definiu Costa Pinheiro, um dos pintores mais salientes da arte portuguesa contemporânea. Nascido em Moura, na raia alentejana, em 1932, Costa Pinheiro realizou um percurso invulgar, como artista e cidadão. Lisboa e Munique foram os seus lugares de abrigo. O ambiente artístico da capital da Baviera, onde diversas vanguardas artísticas do século XX fervilharam, marcou a sua obra de pintor que sempre se ensaiou no desenho e na gravura. À semelhança de outros artistas portugueses que, durante a ditadura, alcançaram o direito de ser presos por razões políticas, Costa Pinheiro conheceu no exílio o reconhecimento e a afirmação internacionais da sua obra. Buscando a abstracção, as suas principais obras supõem um apurado conceptualismo, apoiado num grafismo exuberante. A figuração conceptual de personagens históricas ligadas ao destino português trouxe o mar para um plano de destaque na sua obra. As celebradas séries “Reis de Portugal” (1964-1966) e “O Poeta Fernando Pessoa” (1974-1981) evocam o imaginário histórico nacional, um trajecto construído sobre a dialéctica do real acontecido e do real imaginado – entre a história e o mito. Combinando essas referências matriciais, mais recentemente Costa Pinheiro elaborou o seu “Álbum do Mar”, a série de aguarelas que agora expomos, por sua generosidade e com o apoio do Museu da Cidade da Câmara Municipal de Lisboa da Galeria Fernando Santos, do Porto. Ao expor esta belíssima narrativa do imaginário marítimo português, o Museu Marítimo de Ílhavo convida o seu público a questionar os sentidos da identidade portuguesa, debate que a arte e a poesia nunca tornaram menor. Talvez concluamos, com o artista, que somos “um navio ancorado num porto sem abrigo”.
Fonte: MMI

domingo, 23 de outubro de 2011

O Ponto de Encontro dá as boas vindas....À CHUVA

O maravilhoso túmulo da Princesa Santa Joana de Aveiro














No dia 23 de Outubro de 1771, os restos mortais de Santa Joana foram trasladados para o túmulo desenhado por João Antunes. Monsenhor João Gaspar assinala com este texto o tricentenário de um acontecimento marcante na então vila de Aveiro.
Em 1595-1597 e em 1599-1602, exerceu o cargo de prioresa do Mosteiro de Jesus, em Aveiro, a madre Inês de Jesus ou de Noronha, senhora activa, disciplinadora, renovadora e empreendedora. A sua nobreza de carácter não lhe consentiu que os despojos da Princesa D. Joana continuassem guardados em modestíssima osteoteca, embora patente no meio do coro de baixo, para onde haviam sido transferidos à volta do ano de 1578, depois de exumados da campa rasa. Por 1602-1603, o caixão interior, que continha as relíquias, foi encerrado noutro cenotáfio, de forma sepulcral, de maior grandeza e artifício, além do material ser mais condigno – ébano, coberto e ornado por marchetes de bronze dourado. O ataúde, ostentando o brasão da Princesa, foi colocado no mesmo lugar, agora sobre um supedâneo de pedra de Outil, e cercado de grades torneadas, com semelhantes ornatos de bronze.
Decorrido pouco mais de um século, após um minucioso processo canónico nas respectivas instâncias da Santa Sé, o papa Inocêncio XII, em 04 de Abril de 1693, mandou publicar o breve da beatificação equipolente “Sacrosancti Apostolatus cura”; por tal documento foi oficialmente confirmado o culto imemorial de Santa Joana. Na sequência do faustoso acontecimento, logo sucederam celebrações festivas em vários lugares. O Paço Real, em Lisboa, por ordem de el-rei D. Pedro II, foi dos primeiros a dar exemplo. Em Junho, no Mosteiro de Jesus, D. João de Melo, bispo de Coimbra, que apelidava a Princesa como a “sua Santa”, celebrou Missa pontifical, prometendo participar nas solenidades da beatificação, que viriam a realizar-se no ano seguinte de 1694. E assim aconteceu. De Coimbra vieram a Aveiro os cantores da Capela da Catedral para o oitavário, que culminou, em 12 de Maio, com a faustosa celebração da Eucaristia e com uma imponente procissão; nesta foi levada a primeira imagem da Santa Princesa, em bela escultura em madeira, para a qual se levantou um sumptuoso altar lateral no interior da igreja de Jesus.
D. Pedro II, após a beatificação de Santa Joana, ordenou a renovação e o aformoseamento do coro de baixo do Mosteiro, onde os seus restos mortais haviam sido sepultados, e mandou que se fizesse um túmulo condigno, a fim de se substituir o anterior. Para a sua concepção, foi escolhido o notável arquitecto lisbonense da Casa Real, João Antunes (1643-1712), cujos honorários foram pagos pelo próprio monarca. A obra, iniciada em 1698, terminou em 1709. No essencial, o sepulcro, assente sobre um bloco de pedra, é uma arca rectangular com base e cornija, cuja separação é feita nos extremos das faces por mísulas alongadas e finamente trabalhadas. São vários os elementos decorativos e os símbolos religiosos, que enriquecem o mausoléu em cada uma das quatro faces, como a cruz, a coroa de espinhos, a palma, o lírio, as flores e as ramagens. Em baixo e aos cantos, quatro querubins, alados e de braços erguidos, seguram-na e transportam-na ao céu e a fénix, no centro, aponta o renascer «ex cínere»; como remate superior emerge, também suportado por anjos, o brasão português, encimado pela coroa real, entre volutas. Magnífico e admirável exemplar de entalhados multicolores de mármore, embutidos com suma delicadeza e perfeição, é no seu género uma peça incomparável no embrechado, equilibrada no desenho e adequada ao barroco nacional.
Foi o bispo de Coimbra, D. António de Vasconcelos e Sousa, quem, no dia 10 de Outubro de 1711 procedeu ao reconhecimento canónico das relíquias de Santa Joana, entre mostras de muita piedade. Nos dias seguintes, houve tríduo de Missas, pregações e festas. No dia 23, após a Missa pontifical do prelado, realizou-se um magnífico cortejo, com danças, charamelas e trombetas, que deu volta ao claustro conventual e percorreu algumas artérias da vila de Aveiro, passando junto à secular igreja matriz de S. Miguel e defronte da Casa da Câmara Municipal e parando, durante uns instantes, no Convento de S. João Evangelista, das irmãs carmelitas. À frente iam os frades dominicanos, provenientes de várias partes, depois os carmelitas, os franciscanos e muitos eclesiásticos e nobres; ao todo, perto de quinhentos clérigos, por ter o bispo ordenado que concorressem os das freguesias circunvizinhas. Logo após, alçava-se a cruz da Sé, sob a qual os cantores de Coimbra e os músicos da Capela Real, solicitados de Lisboa pelo prelado, entoavam salmos e hinos; os membros do Cabido caminhavam com solenidade incomum. Conduzido debaixo do pálio, a cujas varas pegavam seis cavaleiros do hábito de Cristo, o riquíssimo andor com as relíquias era levado pelos abades mitrados dos mosteiros beneditinos de Santo Tirso e de Coimbra e dos cistercienses de Seiça e do Espírito Santo ou de S. Paulo de Coimbra, por não haver bispos disponíveis nas Dioceses limítrofes. À passagem, a Infantaria militar, em duas alas ao longo das ruas, salvava com repetidas descargas. Atrás, seguia o antístite, com os seus acólitos, o Senado Municipal e uma tão grande multidão de pessoas que as Justiças não podiam conter. Recolhida a procissão no Mosteiro de Jesus, colocou-se o caixão dentro do túmulo, que logo se fechou.
Posteriormente, o sétimo duque de Aveiro, D. Gabriel de Lencastre Ponce de Leão, por escritura lavrada em 03 de Janeiro de 1733, doou e mandou entregar à prioresa do Mosteiro de Jesus cinco candelabros de prata para serem colocados junto do sepulcro da Santa Princesa e neles se acenderem velas. Tais lampadários substituíram os quatro candelabros de cristal que, algum tempo antes, ofertara o mesmo devoto para idêntico fim. Conforme o teor do documento notarial, os candelabros de prata eram lavrados a cinzel; o maior tinha duas ordens de luzes (seis luzes a de cima e doze a de baixo); outros três tinham uma ordem de doze luzes; e o mais pequeno tinha uma ordem de seis luzes. Em 1808, «esta preciosidade artística foi levada ou, para melhor dizer, roubada pelos franceses» – informa o aveirógrafo Marques Gomes.
No decorrer da história milenar do nosso burgo, este facto significa um acontecimento marcante, singularmente vivido em 23 de Outubro de 1711 com ‘pompa e circunstância’. Na ocorrência do seu terceiro centenário, nós não poderíamos deixar de assinalá-lo num sentido de gratidão à celeste Padroeira de Aveiro que – como ela prometeu antes de falecer - «eu hei-de lembrar-me desta Casa e da Vila, onde quer que a minha alma estiver».


Fonte: Blogue "Pela Positiva"

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

De Cubatãoa Aveiro em Veleiro....




















O jornal O PONTO associa-se a esta “epopeia” publicando as façanhas da viagem deste filho da terraJoão Jorge Peralta, 75 anos, é natural de Lombomeão, Vagos. Estudava em Aveiro, quando emigrou para o Brasil com a mãe e os 7 irmãos em 1956, seguindo o pai que emigrara em 1951 para Cubatão, estado de São Paulo. Dentro de dias largará no seu veleiro TRIUNFO para a travessia do Atlântico – um retorno do filho pródigo à terra-mãe. A família desempenhou durante muitos anos um papel importante no desenvolvimento da região que os acolheu: João foi Secretário Municipal da Educação, Cultura e Desporto e uma avenida de Cubatão, cidade geminada com Aveiro, tem o nome do patriarca da família, Joaquim Jorge Peralta. Aposentado do ensino secundário e superior desde 2008, João Peralta dedicou ultimamente muito do seu tempo a navegar pela costa brasileira, visitando os recantos mais notáveis do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, investigando sobre a história social e económica da era colonial e sobre o património histórico luso-brasileiro. A travessia do Atlântico num barco à vela, da cidade que o acolheu até à terra donde partiu era, desde há muitos anos, um sonho que ambicionava realizar. A oportunidade e a motivação surgiram no momento certo, do encontro com um companheiro dos tempos da mocidade.António de Abreu Freire, 68 anos, nasceu no Bunheiro, Murtosa e estudou na mesma instituição frequentada por João Peralta, sendo companheiro de turma de José, irmão de João. O seu percurso académico passou por climas da Europa, do Canadá e também pelo Rio de Janeiro entre 1964/68, mas sem notícias dos companheiros dos anos 50. Não souberam uns dos outros durante 44 anos, até ao ano 2000, quando Abreu Freire comandava um veleiro-escola com universitários portugueses na regata comemorativa dos 500 anos do achamento do Brasil. No Rio soube que João Peralta construía então, longe no sul, um veleiro com o qual desejava regressar à sua terra na Ria de Aveiro. Pelo lançamento do Diário de Bordo da viagem comemorativa, em 2001, Abreu Freire e os irmãos Peralta reencontraram-se em São Paulo.Em 2007/2008 Abreu Freire realizou o Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania, uma viagem a bordo de um veleiro pelos espaços da vida do padre António Vieira, de que resultaram várias publicações, uma exposição e um documentário filmado. João e José Peralta foram grandes suportes materiais e morais numa empreitada difícil e complicada que resultou em sucesso. Juntando a experiência de um veterano de 14 travessias à vela do Atlântico ao desejo de um emigrante de regressar à terra no seu veleiro, todos os ingredientes se encontravam disponíveis para criar mais um momento alto das suas vidas. E tem ainda outras razões que motivam esta travessia: neste ano de 2011 a família de João Peralta comemora os 100 anos do nascimento dos seus pais e em Janeiro de 2012 comemoram-se os 400 anos da fundação do estado do Ceará e da cidade de Fortaleza, obra de um alentejano de Santiago do Cacém, Martim Soares Moreno, um dos grandes heróis da unidade do Brasil, um dos “pais da pátria”, cuja história merece ser divulgada. Ele inspirou o personagem Martim do romance Iracema de José de Alentar e é personagem de primeiro relevo na história comum de ambos os países.João Peralta e Abreu Freire zarparão de Cubatão a bordo do Triunfo dentro de dias e farão escala em Salvador da Bahia, Recife, Natal, Recife, Fortaleza e São Luís do Maranhão. Em todas estas escalas será lembrado Martim Soares Moreno que aqui combateu os intrusos franceses e holandeses durante 45 anos, entre 1603 e 1648. Do Maranhão terá lugar a grande travessia de mais de 2.500 milhas com destino aos Açores e de lá navegarão para Sevilha, onde o herói do Ceará veio procurar reforços para a luta no nordeste. A escala em Sines, o porto mais próximo da terra natal de Martim Soares Moreno será em Dezembro, para terminar a viagem na Ria de Aveiro antes do solstício do Inverno. Mas para além de todas as razões que possam justificar esta travessia, tem uma só que é mesmo a que conta: nós queremos fazer de um espaço mais vasto o arraial das nossas utopias. Dizia o grande pregador padre António Vieira que os portugueses sempre tiveram pouca terra para nascer, o mundo inteiro para viver e morrer. Serão cerca de 6000 milhas de oceano, durante três meses da nossa vida, que pretendemos partilhar com os amigos e leitores do jornal O PONTO. Graças à Internet e telefone por satélite, manteremos contacto em tempo real com os nossos leitores e com os ouvintes da Rádio VAGOS FM duraO jornal O PONTO associa-se a esta “epopeia” publicando as façanhas da viagem deste filho da terraJoão Jorge Peralta, 75 anos, é natural de Lombomeão, Vagos. Estudava em Aveiro, quando emigrou para o Brasil com a mãe e os 7 irmãos em 1956, seguindo o pai que emigrara em 1951 para Cubatão, estado de São Paulo. Dentro de dias largará no seu veleiro TRIUNFO para a travessia do Atlântico – um retorno do filho pródigo à terra-mãe. A família desempenhou durante muitos anos um papel importante no desenvolvimento da região que os acolheu: João foi Secretário Municipal da Educação, Cultura e Desporto e uma avenida de Cubatão, cidade geminada com Aveiro, tem o nome do patriarca da família, Joaquim Jorge Peralta. Aposentado do ensino secundário e superior desde 2008, João Peralta dedicou ultimamente muito do seu tempo a navegar pela costa brasileira, visitando os recantos mais notáveis do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, investigando sobre a história social e económica da era colonial e sobre o património histórico luso-brasileiro. A travessia do Atlântico num barco à vela, da cidade que o acolheu até à terra donde partiu era, desde há muitos anos, um sonho que ambicionava realizar. A oportunidade e a motivação surgiram no momento certo, do encontro com um companheiro dos tempos da mocidade.António de Abreu Freire, 68 anos, nasceu no Bunheiro, Murtosa e estudou na mesma instituição frequentada por João Peralta, sendo companheiro de turma de José, irmão de João. O seu percurso académico passou por climas da Europa, do Canadá e também pelo Rio de Janeiro entre 1964/68, mas sem notícias dos companheiros dos anos 50. Não souberam uns dos outros durante 44 anos, até ao ano 2000, quando Abreu Freire comandava um veleiro-escola com universitários portugueses na regata comemorativa dos 500 anos do achamento do Brasil. No Rio soube que João Peralta construía então, longe no sul, um veleiro com o qual desejava regressar à sua terra na Ria de Aveiro. Pelo lançamento do Diário de Bordo da viagem comemorativa, em 2001, Abreu Freire e os irmãos Peralta reencontraram-se em São Paulo.Em 2007/2008 Abreu Freire realizou o Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania, uma viagem a bordo de um veleiro pelos espaços da vida do padre António Vieira, de que resultaram várias publicações, uma exposição e um documentário filmado. João e José Peralta foram grandes suportes materiais e morais numa empreitada difícil e complicada que resultou em sucesso. Juntando a experiência de um veterano de 14 travessias à vela do Atlântico ao desejo de um emigrante de regressar à terra no seu veleiro, todos os ingredientes se encontravam disponíveis para criar mais um momento alto das suas vidas. E tem ainda outras razões que motivam esta travessia: neste ano de 2011 a família de João Peralta comemora os 100 anos do nascimento dos seus pais e em Janeiro de 2012 comemoram-se os 400 anos da fundação do estado do Ceará e da cidade de Fortaleza, obra de um alentejano de Santiago do Cacém, Martim Soares Moreno, um dos grandes heróis da unidade do Brasil, um dos “pais da pátria”, cuja história merece ser divulgada. Ele inspirou o personagem Martim do romance Iracema de José de Alentar e é personagem de primeiro relevo na história comum de ambos os países.João Peralta e Abreu Freire zarparão de Cubatão a bordo do Triunfo dentro de dias e farão escala em Salvador da Bahia, Recife, Natal, Recife, Fortaleza e São Luís do Maranhão. Em todas estas escalas será lembrado Martim Soares Moreno que aqui combateu os intrusos franceses e holandeses durante 45 anos, entre 1603 e 1648. Do Maranhão terá lugar a grande travessia de mais de 2.500 milhas com destino aos Açores e de lá navegarão para Sevilha, onde o herói do Ceará veio procurar reforços para a luta no nordeste. A escala em Sines, o porto mais próximo da terra natal de Martim Soares Moreno será em Dezembro, para terminar a viagem na Ria de Aveiro antes do solstício do Inverno. Mas para além de todas as razões que possam justificar esta travessia, tem uma só que é mesmo a que conta: nós queremos fazer de um espaço mais vasto o arraial das nossas utopias. Dizia o grande pregador padre António Vieira que os portugueses sempre tiveram pouca terra para nascer, o mundo inteiro para viver e morrer. Serão cerca de 6000 milhas de oceano, durante três meses da nossa vida, que pretendemos partilhar com os amigos e leitores do jornal O PONTO. Graças à Internet e telefone por satélite, manteremos contacto em tempo real com os nossos leitores e com os ouvintes da Rádio VAGOS FM durante toda a viagem. E esperamos encontrar-nos em Dezembro no cais da chegada; como todas as vidas, será na nossa mais um cais, na demanda do derradeiro cais.nte toda a viagem. E esperamos encontrar-nos em Dezembro no cais da chegada; como todas as vidas, será na nossa mais um cais, na demanda do derradeiro cais.


Fonte. J.P

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Joana Gramata ou Joana Maluca.....A História...




















A Gafanha da Gramata , ou Gafanha da Maluca, só em 1848 começou a designar-se de Gafanha da Encarnação , por naquele ano a Joana maluca e o seu segundo marido terem mandado construir a primeira capela deste lugar , dedicada a Nossa Senhora da Encarnação.
A designação de "Gramata" adveio do nome de uma planta marinha abundante na zona. A actual Gafanha da Encarnação tomou então aquele nome, não só pela existência da tal planta , mas pela necessidade de a distinguir da já existente Gafanha da Cale (Canal) da Vila (Aveiro), que se tornaria a Gafanha da Nazaré. Erradamente, chegou a supor-se que o nome de Gramat viria de Joana gramata, mas de facto foi contrário, Joana rosa de Jesus é que tomou o nome popular de joana Gramata.
Acontece que Joana Rosa de Jesus, ou Joana Gramata, também era conhecida por Joana Maluca, devido ao seu casamento com josé Domingos da Graça, a quem por alcunha chamavam "o Maluco". A esposa ganhou a alcunha do marido. Ao morrer, em 1878, com 90 anos de idade, deixou nove filhos e 66 netos. E como diz o Pe. João Vieira de Resende na sua "Monografia da Gafanha", "é claro que uma geração tão numerosa e florescente, entroncada numa idade tão provecta, e a quem ela assistia como senhora e rainha, deu-lhe o direito de crismar a sua povoação, a Gafanha da gramata, com a alcunha que ela tinha recebido do seu marido. Era de justiça o "privilégio", que os lugares circunvizinhos lhe concederam. Aparecer num local mal povoado uma macróbia, chefiando um povo de 66 netos, dava direito a uma consagração que ficasse marcando nas gerações futuras.
E a cantar passava a sua longa vida, prestando-se a receber visitas de representação e dos fidalgos, a quem concedia palestras quotidianas, que se prolongavam até ao declinar esplendoroso do sol por detrás dos palheiros da Costa Nova, nas piscosas e mornas tardes de Agosto e Setembro. E a faina do mar também vinha emprestar colorido ao quadro em pose das entrevistas dos categorizados e primitivos frequentadores da praia com a velhinha da Gafanha. Era e4ncantador e suave o declinar da vida desta nonagenária que, gulosamente, até ao último suapiro, ia fumando charutos sobre charutos sem queimar as barbas. Mas aquele role gigantesco, aquele arcabouço forte, também devia tombar. Estava a soar a hora da partida que, porventura, a surpreendeu num momento em que ela mnos desejaria (sem sacramentos)", relata estilisticamente, Vieira de Resende.
Como a igreja paroquial de Vagos ficasse longe e a única capela de toda a Gafanha, ainda que por mais acessível não oferecia grande comodidade de deslocação, Joana Maluca fez surgir uma capela na sua horta, que dedicou a Nossa Senhora da Encarnação. Desde essa altura que ficou como que construída uma nova povoação - a povoação da Gafanha da Encarnação.
A consequência da criação desta capela foi deslaçar o vínculo que unia todos os habitantes da Gafanha para criar nos povos da periferia das capelas da Nazaré e da Encarnação um espírito bairrista. O que terá trazido vantagens, como refere o Pe. João Vieira de Resende quando diz que: "Este separatismo veio a ser um regular propulsor para despertar a emulação entre os povos separados, estimulando as suas energias, ou vitalizando os seus empreendimentos (...)", mas que nem por isso deixa de lamentar que, "(...) teve porém a desvantagem de amolecer, resfriar os laços que prendiam e mantinham estes povos num intercâmbio lindo, invejável, das primitivas comunidades cristãs. Ali se mantinham os costumes e as características dos povos patriarcas".
Fonte: JFGE

10.º Aniversário da Ampliação e Remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo













21 de Outubro Sexta-feira

: 10h-18h Dia aberto
: 10h-17h Jornada do Mar “10.º Aniversário” - Actividades do Serviço Educativo

22 de Outubro Sábado

: 16h Sessão Comemorativa do 10.º Aniversário da Ampliação e Remodelação do MMI
: Apresentação do programa comemorativo dos 75 Anos do Museu Marítimo de Ílhavo
: Inauguração da exposição de pintura Álbum do Mar, de Costa Pinheiro
: Exposição da peça A Barca dos Apóstolos, depósito da Família Pires da Rosa
: Apresentação do Livro Bateiras da Ria de Aveiro: Memórias e Modelos, de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes

: 17h30 Quarteto de Flautas da Universidade de Aveiro (Marés de Música - Ílhavo 2011)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Terra ficou mais pobre......sem STEVE JOBS














Sucedem-se as homenagens ao génio de Steve Jobs, mas uma imagem que se destacou hoje pela originalidade está a fazer furor na Internet - e até já valeu ao autor uma oferta de emprego.

A imagem acima foi criada por Jonathan Mak, estudante de 19 anos da Escola de Design da Universidade Politécnica de Hong Kong, em homenagem ao co-fundador da Apple que morreu esta madrugada vítima de cancro no pâncreas.
Na ilustração, o logo da Apple é modificado de forma a que o pedaço que falta da maçã se torna no perfil de Steve Jobs.
O desenho está a ser difundido na Net, especialmente nas redes sociais. O actor Ashton Kutcher foi um dos que se emocionaram com a imagem e até a colocou como foto de perfil na sua conta do Twitter (@aplusk).
À Reuters, o jovem designer afirmou-se "animado e assustado ao mesmo tempo", relativamente ao impacto que a sua criação está a ter. Um desenho que define da seguinte forma: "É a compreensão silenciosa de que ficou a faltar uma peça à Apple".
Segundo a mesma fonte, Marks já teve mesmo uma oferta de emprego por causa deste seu trabalho, não tendo sido divulgado qual a empresa que o contactou.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ponto de Encontro com ....Jackson Pollock

Há duas formas de Arte a que o Ponto de Encontro não resiste ...a Música e a Pintura...essas sim ....Provas para mim da existência de Deus...Pollock está entre os Iluminados




















Paul Jackson Pollock nasceu em 28 de janeiro de 1912, foi um pintor estadunidense pioneiro do expressionismo abstrato. A Biografia de Pollock mostra um artista depressivo e alcoólatra que tinha constantes rompantes de fúrias e autodestruição. Jackson Pollock pintou 340 telas antes de suicidar-se jogando seu carro contra um árvore no dia 11 de agosto de 1956. Um gênio rebelde que pintou obras primas como: Blue Poles: Number 11 (1952), Number 32 (1950), Echo: Number 25 (1951), Guardians of the Secret (1943), entre outras.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nos Porões da Memória VI...No Museu Marítimo de Ilhavo

Nos Porões da Memória VI fotografia de Kent Barret e Manfred Buchheit
8 de Agosto 11 - 11 de Dezembro 11



Nos Porões da Memória guardam-se imagens improváveis do tempo mítico da pesca do bacalhau por homens e navios portugueses. Ao registo épico erigido pela propaganda do Estado Novo, que logo nos anos trinta construiu e divulgou uma memória oficial da “grande pesca” eminentemente historicista, aditou-se o olhar de estrangeiros, escasso em número e pouco dissidente no modo de ver. Mais realistas e diversos foram os registos de imagem dos próprios pescadores e oficiais, memórias sem rasto que o Museu tem procurado identificar e expor com a finalidade de pluralizar a memória da pesca do bacalhau. Neste infindável arquivo de discursos sobre a mítica “faina maior” são pouco conhecidas as imagens construídas por artistas e repórteres estrangeiros que fotografaram e filmaram a faina dos pescadores portugueses, construindo imagens que hoje podemos considerar documentais. É o caso deste magnífico conjunto de polaroids de autoria de dois fotógrafos canadianos que na década de oitenta se interessaram pela frota portuguesa, ainda composta por um número significativo de navios. Cabe ao Museu Marítimo de Ílhavo agradecer aos autores este contributo singular para o projecto do Museu, cuja missão cultural consiste na reconstrução de memórias da vida marítima e na promoção de uma cidadania do mar feita a diversas vozes.
Fonte: MMI

Em 1980, o Centro de Recursos para as Artes/Salão LSPU, em St. John's, na Terra Nova (Canadá) apresentou uma peça de teatro acerca da pesca levada a cabo pelos Portugueses nos Bancos da Terra Nova, intitulada "Terras de Bacalhau". A peça foi muito bem recebida, muito aclamada e voltou à cena passados um ou dois anos. Nessa altura, o Kent e eu, na qualidade de artistas associados do Salão LSPU, decidimos improvisar uma exposição com fotografias que íamos tirando aos pescadores dos diversos barcos que se encontravam no porto, usando para tal um equipamento SX-70. A ideia era construir uma exposição adequada à produção teatral do momento, para exibir durante a peça. Para tal, fomos para o porto, onde os navios estavam ancorados e perguntámos aos pescadores se os podíamos fotografar; em troca recebiam uma impressão da SX-70. Eles eram muito cooperantes e gostavam de ser fotografados permitindo-nos mesmo a entrada nos navios. Creio que alguns ainda devem ter as fotografias originais que lhes oferecemos. Uma segunda impressão integrava o nosso projecto que viria a ser posteriormente exibido no Salão LSPU, ainda em 1980. Desde essa altura, estas impressões originais estiveram guardadas e até esquecidas, até que no início deste ano as redescobri. O Kent e eu discutimos a possibilidade de voltar a exibir a exposição em St. John's e estávamos à espera do momento certo quando o Santa Maria Manuela, inesperadamente, chegou ao porto de St. John's. Durante a noite coloquei as fotografias no Facebook e o Kent colocou-as no Flickr. Resultou em muitos comentários e teve uma recepção muito boa. Tiago Neves, filho de um tripulante de navios bacalhoeiros e blogger, viu-as no Facebook, colocou um link no seu site e alertou o Museu.

Manfred Buchheit é um reconhecido profissional das artes visuais e da fotografia de arte que trabalha em fotografia e arte há mais de 50 anos. Nos últimos anos trabalhou como técnico de digitalização nos Arquivos Provinciais "The Rooms", em St. John's, responsável pela digitalização de imagens históricas das colecções fotográficas. No desempenho desta função tomou consciência das exigências de um arquivo, museu ou galeria e foi curador de algumas exposições. Enquanto artista organizou e foi curador de exposições suas e de outros.

Kent Barrett é um artista visual e fotógrafo localmente reconhecido pelo seu contínuo trabalho. Presentemente trabalha como web-designer. Trabalharam juntos em projectos de Arte ao longo dos anos.

Esta é a história destas Polaroids.

Fonte:Manfred Buchheit

Fora de Bordo - olhares sobre o Mar Português..no Museu Marítimo de Ilhavo....Até 2 de Outubro de 2011













Fora de Bordo - olhares sobre o Mar Português

Fotografias de Angus McBean Burt Glinn Bill Perlmutter Edouard Boubat Federico Patellani Gérard Castello-Lopes Guy Le Querrec Jean Gaumy Leon Levinstein Louis Stettner Peter Fink Sabine Weiss Weber Wolfgang Sievers

Aquilo que hábito ou por limitação do olhar tendemos a classificar como “marítimo”, consiste afinal numa confinada maneira de ver e de representar, como se a praia já fosse mar e nela habitasse toda a vida marítima.
“Fora de bordo” sintetiza metaforicamente esse modo de ver e sentir o mar, a tendência para o olharmos de fora, da terra para o oceano, sem o enlace romântico que a litoralização das sociedades remeteu para a espuma da memória e para visões exóticas de comunidades humanas que, em rigor, não conhecemos.
Uma pesquisa sobre as diversas representações de imagem que artistas, repórteres e cientistas sociais estrangeiros construíram sobre as comunidades marítimas portuguesas na segunda metade do século XX acabará por evidenciar uma menor dissidência no olhar do que podíamos supor. Se nos limitarmos ao modo como a fotografia feita por estrangeiros registou e representou as comunidades de pescadores portuguesas nesse quarto de século que decorreu entre o termo da II Guerra Mundial e a transição para a Democracia em 1974-76, encontramos belíssimas fotografias, a exemplo das que aqui se mostram, identificamos artistas importantes, alguns deles da Agência Magnum, depreendemos que o “mar português” interessou territórios artísticos que não se inscreviam no reduto oficial do regime salazarista, cuja propaganda, antecipada e oficiosamente, se incumbiu de fotografar e filmar as “gentes do mar nacionais”.
Observando estas vinte e quatro fotografias de treze artistas diferentes, muitos também fotojornalistas, apetece perguntar por que se fizeram às praias de Portugal a fim de as representar povoadas de barcos e pescadores?
Espécie de lugar de síntese do “mar português”, a Nazaré foi o laboratório favorito dos fotógrafos que vieram e voltaram, transmitindo a outros, com certeza, que certas imagens só ali se podiam ainda fazer. Nos anos cinquenta e sessenta, as enseadas e praias de pescadores portuguesas eram lugares de vida e de morte, de conflito e sobrevivência, espaços de fronteira habitados por tipos humanos que a modernização das pescarias já fizera desaparecer noutras paragens do “mundo desenvolvido”. Daí, talvez, a representação visual de sentido exótico que releva de várias fotografias, o privilégio de imagem atribuído às mulheres, aos velhos e crianças que em diversas se nota e, noutras ainda, a construção de imagens de tipo naturalista que nos mostram o mar como cenário e as suas gentes como personagens típicas de um certo imaginário etnográfico.
Exibir estas fotografias no MMI significa suscitar estas e outras questões que se prendem com o jogo social das identidades, ou seja, com o modo plural e inconstante como nos vemos na relação com o outro. Uma cultura marítima aberta e socialmente responsável implica esta arqueologia do olhar.
Fonte: MMI

Procissão na Ria em honra da Nossa Senhora dos Navegantes














Gafanha da Nazaré: Procissão da Senhora dos Navegantes volta a reunir centenas na Ria
Moliceiros, saleiros, mercantéis e lanchas devidamente engalanados desfilam, amanhã, pela Ria, em renovada honra à padroeira dos pescadores

A tradição secular volta a cumprir-se e a Gafanha da Nazaré é, este fim-de-semana, palco das Festas em Honra da Nossa Senhora dos Navegantes, com a habitual romaria e procissão, pela Ria de Aveiro (a XIV, sob organização do Grupo Etnográfico da Nazaré e da paróquia local).
A festa começa já esta noite, com a actuação do conjunto musical “Fim de Século”, mas o momento alto dos festejos – a Procissão - terá início amanhã, pelas 14 horas, a partir do Stella Maris, em direcção ao Cais n.º 3, onde começa o desfile pela Ria.
Integrarão este corso as imagens de Nossa Senhora dos Navegantes, de Nossa Senhora da Boa Viagem e de Nossa Senhora da Nazaré, a padroeira da freguesia. Este ano, segundo adianta o presidente do grupo organizador, Alfredo Ferreira da Silva, a procissão contará, ainda, com a presença de uma imagem vinda da Igreja da Costa Nova.
Será a embarcação de Adelino Palão que transportará, além do principal andor, os elementos da Filarmónica Gafanhense e várias irmandades. As restantes imagens irão a bordo da Lancha dos Pilotos e do barco “Travesso”.
Vários barcos moliceiros com grupos folclóricos convidados a bordo, além de barcos saleiros e mercantéis, que transportarão pessoas devidamente autorizadas, compõem o desfile, a que se juntarão, ainda, barcos de recreio e outros, com os seus proprietários, familiares e amigos.

Carla Real (Ganda jornalista)

09 Terra Nova Mar Velho

08 Terra Nova Mar Velho

07 Terra Nova Mar Velho

06 Terra Nova Mar Velho

05 Terra Nova Mar Velho

04 Terra Nova Mar Velho

03 Terra Nova Mar Velho

02 Terra Nova Mar Velho

01 Terra Nova Mar Velho

Pesca do Bacalhau, Santa Maria Manuela, 1966

sábado, 17 de setembro de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Peregrinação Marítima " O cabaleiro das Cunchas"















Organizada pela associação dos "Amigos de la Ruta Marítima del Apostol Santiago " esta navegação tem um carácter não competitivo e tem como objectivo recordar a rota marítima da transladação dos restos mortais do apóstolo Tiago.
Decorreu de 29 de Julho a 6 de Agosto com saída da Póvoa do Varzim até A Pobra da Caramiñal na Galiza por mar e de lá até Santiago de Compostela por terra.
A nossa embarcação Veronique esteve presente.
Viagem de sonho para quem dela fez parte
Para o Comandante João Veiga, e ajudantes Pardal, João Fonseca, Francisco Horta , Toti e Piki...parabénssss




segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Comemorações dos 74 anos do Museu Marítimo de Ilhavo











7 de Agosto

: 14h-18h Demonstração de Nautimodelismo no lago do Museu (apoio: T.E.A.M.)
: 14h-18h Ateliers temáticos de Serviço Educativo
: 21h15 Sessão de Cinema ao Ar Livre com o filme “Piratas das Caraíbas - Por Estranhas Marés”

8 de Agosto

: 14h-23h Dia Aberto
: 21h30 Sessão comemorativa
: Apresentação do projecto de ampliação do Museu Marítimo de Ílhavo por Eng. Ribau Esteves, Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, e Arq. Nuno Mateus, do Gabinete ARX Portugal
: Inauguração da exposição Nos Porões da Memória VI, fotografias de Kent Barret e Manfred Buchheit
: 22h30 Sabores Marítimos

segunda-feira, 11 de julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Homenagem do Ponto de Encontro...Maria José Nogueira Pinto


Uma das obras preferidas do Ponto de Encontro..para si

A Homenagem do Ponto de Encontro a uma Grande Mulher...Maria José Nogueira Pinto















Filha de D. Luís Maria de Avilez de Almeida Melo e Castro (Amadora, 27 de Março de 1917 - Lisboa, Campo Grande, 14 de Outubro de 2004), dos Condes das Galveias e dos Condes de Avilez Visconde do Reguengo, 914º sócio do Clube Tauromáquico de Lisboa, e de sua mulher (casados em Lisboa, Campo Grande, 25 de Julho de 1943) Maria José de Melo Breyner Pinto da Cunha (Lisboa, Campo Grande, 10 de Abril de 1920) e irmã da jornalista Maria João Avillez. É prima-irmã da mãe do jornalista Martim Avillez Figueiredo.

Jurista de formação, licenciou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi investigadora no Gabinete de Estudos Rurais da Universidade Católica Portuguesa e exerceu diversos cargos em instituições públicas e privadas, nomeadamente como vice-presidente do Instituto Português de Cinema, directora da Maternidade Alfredo da Costa, membro do Conselho Consultivo da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação António Quadros, representante de Portugal na Secretaria de Cooperação Ibero-Americana e provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Foi autora do livro O Direito da Terra, colaboradora da Enciclopédia Jurídica e da Enciclopédia Luso-Brasileira, colunista dos jornais Expresso, Público, A Capital e Diário Económico[1].

Entrou na política em 1992, como subsecretária de Estado da Cultura do XII Governo Constitucional, dirigido por Cavaco Silva. Em ruptura com Pedro Santana Lopes, demitiu-se um ano depois. Em 1996 aderiu ao Partido Popular, pelo qual era já deputada (independente) na Assembleia da República, desde 1995. Em 1998 disputou a sucessão do CDS-PP a Manuel Monteiro, acabando derrotada no congresso que elegeu Paulo Portas como líder nacional. Foi presidente do Grupo Parlamentar e do Conselho Nacional do CDS-PP e, em 2005, candidatou-se a presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Até 2007 exerceu o cargo de vereadora da Habitação Social, em Lisboa.

Em Março de 2007, entrou em conflito com o partido, aquando do eventual regresso de Paulo Portas à liderança do CDS-PP, por meio de um Conselho Nacional Extraordinário. Incompatibilizada, abandonou o CDS, depois de acusar Paulo Portas de tentar assaltar o poder [e o deputado Hélder Amaral de a agredir fisicamente.

Em 2009 integrou as listas do PSD para a Assembleia da República, sendo eleita deputada na XI Legislatura.

Em 2011, já doente, integrou as listas do PSD para a Assembleia da República, sendo eleita deputada na XII Legislatura. Cumpriu, enquanto conseguiu, o seu mandato.

Casou em Lisboa, Campo Grande, a 27 de Janeiro de 1972 com Jaime Alexandre Nogueira Pinto, sendo pai de um filho e duas filhas:

Faleceu no dia 6 de Julho de 2011, aos 59 anos , vítima de cancro do pâncreas.

domingo, 3 de julho de 2011

O Ponto de Encontro na Festa da Vista Alegre 2011


Só com a idade de aprende...(isto é para os mais novos...ehehhehh) mas a Felicidade não é um constructor teório....é bem real....este é um exemplo...um encontro de
familia composto por pessoas de quem se gosta...num dia lindo...com conversas interessantes...com passeios emotivos..com boa comida e boa bebida....todos os ingredientes de um Dia perfeito

sexta-feira, 1 de julho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

UXÍA...CANTOS NA MARÉ

UXÍA...a Galega preferida do PONTO DE ENCONTRO

Pesca do bacalhau

Pesca do bacalhau

Pesca do bacalhau na Época das Descobertas




















Mapa da terra Nova, onde se registam as actividades de portugueses e franceses.


O bacalhau foi um peixe que, durante muitos séculos, existiu em grande quantidade em todo o Atlântico Norte, desde as costas do Canadá à Noruega. A sua abundância era tal que os Vikings, nos primeiros anos que viveram na Gronelândia, cantavam nas suas sagas a grande quantidade de bacalhau que, diariamente, na maré cheia, enchia os fiordes. Em alguns locais, os cardumes eram tão grandes que a água parecia ferver.

Não se sabe ao certo quando começou a pesca do «fiel amigo» e é mesmo possível que tenha sido pescado desde a antiguidade por vários povos. Infelizmente, hoje, os indícios coevos mais antigos surgem somente no século VI DC.

Entretanto os Vikings, habitantes dos Fiordes da Escandinávia, guerreiros e navegadores de coragem indomável, que desenvolviam já, desde o Século IV, uma mestria náutica superior à dos povos da sua época, iniciaram a sua expansão assolando as costas da Europa, chegando mesmo a entrar no Mediterrâneo.

Em 983, Erik «o Vermelho», ao ser desterrado da Islândia, navegou para oeste, atingindo uma terra arborizada e coberta de bons prado, a que chamou Greenland (Groenlândia). Regressado à Islândia, Eric formou uma armada de 27 navios e partiu para a terra descoberta, onde se instalou.

Cerca do ano 1000, seu filho, Leif Ericsson, que herdou do pai o espírito aventureiro, navegou para sul. Saído da Groenlândia, atingiu novas terras que designou por Waldland, Helluland, Markland e Vineland, as quais, possivelmente, são a Terra Nova, a Nova Escócia, o Lavrador e a Nova Inglaterra dos nossos dias.

Logo após estas descobertas, os Vikings instalaram-se nas novas terras, que mantiveram colonizadas por alguns séculos, como cantam as Sagas Escandinavas.

Há conhecimento de outros aventureiros que, ainda no século XII, procuraram aquelas tão apetecidas terras do norte, sendo de destacar os Irmãos Errantes ou Aventureiros, que saíram de Lisboa em 1170, e os Irmãos Frison, embarcados em Breme, mas não há dados seguros que confirmem essas viagens e a pesca do bacalhau já nessa época. Sabe-se também que, em 1261, o Rei da Noruega, vendo o interesse de vários países pelas novas terras, tomou para sua dependência a Groenlândia, demonstrando que a descoberta era efectiva, monopolizando com a Dinamarca o comércio daquela região. De qualquer modo acabaram ao fim de algum tempo por negligenciar essas colónias de além mar, conquistadas pelos seus ancestrais.

Possivelmente, ao mesmo tempo, os pescadores lusos tinham já conhecimento dessas descobertas, pois contactavam muitas vezes com marinheiros do Norte que frequentavam os nossos portos, sendo, na altura, o da foz do Vouga um dos mais privilegiados pois era de fácil acesso, tinha vários esteiros abrigados com fontes de aguada e era frequentado por grande numero de navios que vinham carregar sal e outros produtos da região.

Apesar de não haver hoje qualquer indicio de pesca do bacalhau, logo no início da nacionalidade, há conhecimento de alguns contactos entre os nossos primeiros reis e os nórdicos, tendo-se realizado mesmo casamentos de princesas portuguesas com príncipes da Dinamarca e Holanda, como por exemplo o de uma das filhas de D. Sancho I com o rei dinamarquês Valdemar II.

No Século XIV, no reinado de D. Pedro I, os portugueses pescavam já nas costas de Inglaterra e nos mares setentrionais, tendo sido obtida, em 1353, do rei Eduardo II de Inglaterra, uma licença para pescar e frequentar os seus portos.

Possivelmente por esta razão e devido ao grande incremento das navegações comerciais que da Ria de Aveiro para o norte da Europa, é que, no século referido, nasceu em Ílhavo, no seu termo, a Confraria de Santa Maria de Sá, uma corporação de pescadores e mareantes que não admitia no seu grémio indivíduos de outras profissões.

Durante o Século XV, homens do mar de Bristol, Italianos, Biscainhos e Portugueses lançaram-se através do Atlântico setentrional, dirigindo as suas actividades piscatórias para uma espécie que já frequentara paragens mais perto das costas europeias e, finalmente, por essa altura, a Corte Portuguesa começou a estar interessada nas terras do norte, tendo o Infante D. Fernando e sua mulher D. Beatriz mandado, em 1473, o navegador açoriano João Corte Real e Álvaro Homem descobrir a «Terra Nova dos Bacalhaus. Vinte anos mais tarde, em 1495, João Lavrador e Pêro de Barcelos chegaram à Groenlândia e à península do Lavrador, ao mesmo tempo que o veneziano Cabot arribava à Terra Nova e, entre 1500 e 1506, os irmãos Miguel e Gaspar Corte Real, seguindo a Rota do seu pai, procurando a tão apetecida passagem Ocidental do norte para o Catai, aportaram à Terra dos Bacalhaus e acabaram por desaparecer algures nos mares gelados do norte, possivelmente no rio S. Lourenço, tendo sido descoberta, no inicio do século XX, pelo arqueólogo canadiano Delabarre, junto ao rio Tautum, a pedra de Dighton, onde existem marcadas algumas inscrições em que alguns historiadores dizem ler: «1511 V, Dei Rex Ind – Miguel Corte Real».
Há ainda conhecimento de muitos outros aventureiros que exploraram o Atlântico Norte, sendo de referir, a título de exemplo, alguns deles: João Álvares Fagundes, Pêro Vasquez, Diogo Teive, Pêro Velasco, Fernão Dulmo, João Afonso do Estreito, Fernão Teles, João Valadão, Baldaia, etc. Segundo Jaime cortesão e a titulo de exemplo, Diogo de Teive, em parceria com o castelhano Pêro Vasquês, ao regressar em Agosto de 1452 dos bancos da Terra Nova, fez o achamento da Ilha do Corvo e Flores, pertencente ao arquipélago dos Açores. De acordo com o texto referido tudo leva a pensar que a deslocação aos bancos do bacalhau era já habitual.

Como referi, houve muitos povos que procuraram as terras dos bacalhaus, tendo muitos deles conseguido os seus intentos. Apesar disso, em 1860, Vilhena Barbosa, no seu livro «As Cidades e Villas da Monarchia Portuguesa», diz a dado passo:

«...Aveiro foi pátria de muitos varões, por actos de virtude, por letras e saber, por viagens e descobrimentos, e enfim, por acções de coragem e valor. Iríamos muito longe, se pretendêssemos fazer catálogo dos seus nomes, e obras. Diremos, porém, que aos filhos d’ Aveiro se deve a descoberta da «península????» na costa setentrional da América, chamada Terra Nova, aonde depois foram por longa série de anos fazer a pesca do Bacalhau,...»

Também numa passagem dum dicionário geográfico de 1873, ao fazer-se a descrição de Aveiro e a sua história, é referida por duas vezes a saga do bacalhau, em páginas diferentes:

«Ainda em 1550 tinha 12:000 habitantes e 150 navios (quasi todos aqui construídos, e sendo alguns naus e galeões.» ...

«Só para a pesca do bacalhau no Banco da Terra Nova (descoberto por navegantes de Aveiro) armava mais de 60 navios.» ...

Já disse que uns nautas daqui descobriram a Terra Nova (ou de Lavrador) na costa septentrional da América.»



Estas linhas que indicam os povos da Ria de Aveiro como descobridores da Terra Nova poderão ter alguma credibilidade, pois a Enciclopédia «Portuguesa e Brasileira» refere a existência de um navegador de Aveiro, chamado João Afonso, que sendo um dos mais arrojados da sua época, foi dos primeiros a alcançar a Terra Nova. A existência deste navegador parece confirmar-se. Em 1552, o Juiz de Fora da Vila de Aveiro, numa carta enviada ao rei, inclui, no rol dos navios existentes na Foz do Vouga, uma nau de 80 tonéis e uma caravela de 60 tonéis pertencentes à viúva daquele navegador, tendo a primeira como mestre um dos seus filhos. No entanto, aquele navegador não deve ser confundido com João Afonso de Aveiro, piloto de Diogo Cão, que descobriu o reino de Benin e acabou por falecer nesta região Africana.

Além das indicações referidas, segundo diziam, na altura, os pescadores Normandos e Bretãos, aportados à Terra Nova, já lá se encontrava uma colónia de pescadores da foz do Rio Vouga, financiada por comerciantes de Aveiro e da Ilha Terceira, que controlava grande parte do litoral desde o início do Século XVI. O resultado da pesca longínqua era tal que a dízima sobre o pescado, mandada cobrar por D. Manuel, em 1506, e referida no Foral de Aveiro de 4 de Agosto de 1515, no caso concreto do bacalhau, deu para pagar as despesas das viagens dos irmãos Corte Reais.

Nessa época partiam anualmente para a Terra Nova cerca de 100 caravelas e naus dos rios Vouga e Lima para a pesca do bacalhau; e, a meio desse século, a Ria de Aveiro, que era um dos portos nacionais mais importantes, suplantando mesmo o Porto, com uma frota de 75 navios (este valor como é referido num documento coevo deve ser mais correcto que o referido na publicação do século XIX referida anteriormente) fazia comércio com a Irlanda e Inglaterra, mas sobretudo seguiam as rotas da Terra Nova.

Mas não se julgue que no século XVI só pescavam nas águas da Terra Nova navios de Aveiro, pois também lá andavam naus de Leça e Viana do Castelo e, cerca de 1580, reuniam-se anualmente, segundo Élisée Reclus, no Grande Banco, trezentos e cinquenta a quatrocentos navios, dos quais cento e cinquenta eram franceses, cem espanhóis, cinquenta portugueses, vinte a trinta bascos e trinta a quarenta ingleses. Segundo o livro de registos da Câmara da vila de Aveiro, num alvará exarado no mesmo livro, fls 10, no ano de 1572, consta que havia na vila estendais para secar e beneficiar o fiel amigo.

Como os navios do Século XVI não tinham geralmente instalações para as tripulações, a existência destas colónias permite pensar que a forma de pesca então praticada seria do tipo sedentário. Os navios ficavam geralmente, durante toda a safra, ancorados em qualquer porto natural e a tripulação instalava-se em terra, pescando diariamente em pequenos barcos ao logo da costa. Há, no entanto, conhecimento de que algumas naus se mantinham ao largo, sendo o bacalhau pescado directamente do seu interior.

Ainda que, ao longo do Século XVI, a pesca do bacalhau continuasse de vento em popa, saindo do Vouga cerca de 60 navios, nos finais desse século os corsário ingleses e franceses começaram a atacar com certa assiduidade os navios regressados da pesca, que geralmente navegavam desarmados e sem protecção. Face à situação em causa, no reinado de D. Sebastião, segundo o regimento de 5 de Novembro de 1571, foi determinado aos navios de pesca a utilização de armamento e as condições em que se deveriam agrupar para sua defesa. Apesar da melhor segurança determinada, conta-se que, em 1585, foram apresados, junto às rias da Galiza, onze naus de bacalhau pertencentes à Ria de Aveiro.

É mesmo conhecida a história do piloto Marcos Vidal, que recebeu em 1586 uma tença anual do Rei D. Filipe, porque depois de ver o seu bacalhoeiro apresado por corsários ingleses conseguiu libertá-lo e capturar mesmo os assaltantes.

Estas acções de corso, aliadas à ocupação da Terra Nova, em 1583, pelo inglês Gilbert Raleigh, a destruição da maior parte dos navios portugueses na «Invencível Armada», o assoreamento da foz do Vouga e as dificuldades que a Coroa tinha com a segurança da Rota da Índia terminaram com a participação de Portugal na pesca longínqua e, como hoje, o bacalhau consumido pelos portugueses passou a ter origem estrangeira, proveniente, principalmente, de Inglaterra e das suas colónias Americanas.

Portugal esteve cerca de dois séculos e meio sem pescar o «fiel amigo», mas, durante esse longo período, os povos da Ria de Aveiro e, entre eles os Ílhavos, vendo o seu porto de abrigo encerrado, lançaram-se ao longo da costa nacional, criando novos pontos de pesca costeira, desde Matosinhos ao Algarve, formando uma diáspora de lobos do mar audazes, referida por Almeida Garrett e outros escritores nacionais. Foi essa diáspora, juntamente com outros pescadores portugueses que, na terceira década do século XIX, participaram no arrancar da nova safra do bacalhau. E os Ílhavos, que ficaram no chão onde nasceram, quando sentiram a barra artificial da Ria de Aveiro razoavelmente segura, lançaram-se novamente na pesca longínqua, deixando para outros as areias douradas das praias, os seus barcos «meias luas» e as redes costeiras.

António Angeja

terça-feira, 14 de junho de 2011

domingo, 12 de junho de 2011

As duas grandes de Espanha

Quadros da Costa Nova (1945)-No Café Coração da Praia





















Painéis pintados em 1945 existentes no Café Coração da Praia, que foi propriedade do meu avô José Ucha Otero, e que nos mostram aspectos da praia da Costa Nova em 1945. Pinturas com a assinatura Bloco Artístico, Aveiro, 1945.

Fora de Bordo - olhares sobre o Mar Português-Até 2 de Outubro de 2011













Fotografias de Angus McBean Burt Glinn Bill Perlmutter Edouard Boubat Federico Patellani Gérard Castello-Lopes Guy Le Querrec Jean Gaumy Leon Levinstein Louis Stettner Peter Fink Sabine Weiss Weber Wolfgang Sievers

Aquilo que hábito ou por limitação do olhar tendemos a classificar como “marítimo”, consiste afinal numa confinada maneira de ver e de representar, como se a praia já fosse mar e nela habitasse toda a vida marítima.
“Fora de bordo” sintetiza metaforicamente esse modo de ver e sentir o mar, a tendência para o olharmos de fora, da terra para o oceano, sem o enlace romântico que a litoralização das sociedades remeteu para a espuma da memória e para visões exóticas de comunidades humanas que, em rigor, não conhecemos.
Uma pesquisa sobre as diversas representações de imagem que artistas, repórteres e cientistas sociais estrangeiros construíram sobre as comunidades marítimas portuguesas na segunda metade do século XX acabará por evidenciar uma menor dissidência no olhar do que podíamos supor. Se nos limitarmos ao modo como a fotografia feita por estrangeiros registou e representou as comunidades de pescadores portuguesas nesse quarto de século que decorreu entre o termo da II Guerra Mundial e a transição para a Democracia em 1974-76, encontramos belíssimas fotografias, a exemplo das que aqui se mostram, identificamos artistas importantes, alguns deles da Agência Magnum, depreendemos que o “mar português” interessou territórios artísticos que não se inscreviam no reduto oficial do regime salazarista, cuja propaganda, antecipada e oficiosamente, se incumbiu de fotografar e filmar as “gentes do mar nacionais”.
Observando estas vinte e quatro fotografias de treze artistas diferentes, muitos também fotojornalistas, apetece perguntar por que se fizeram às praias de Portugal a fim de as representar povoadas de barcos e pescadores?
Espécie de lugar de síntese do “mar português”, a Nazaré foi o laboratório favorito dos fotógrafos que vieram e voltaram, transmitindo a outros, com certeza, que certas imagens só ali se podiam ainda fazer. Nos anos cinquenta e sessenta, as enseadas e praias de pescadores portuguesas eram lugares de vida e de morte, de conflito e sobrevivência, espaços de fronteira habitados por tipos humanos que a modernização das pescarias já fizera desaparecer noutras paragens do “mundo desenvolvido”. Daí, talvez, a representação visual de sentido exótico que releva de várias fotografias, o privilégio de imagem atribuído às mulheres, aos velhos e crianças que em diversas se nota e, noutras ainda, a construção de imagens de tipo naturalista que nos mostram o mar como cenário e as suas gentes como personagens típicas de um certo imaginário etnográfico.
Exibir estas fotografias no MMI significa suscitar estas e outras questões que se prendem com o jogo social das identidades, ou seja, com o modo plural e inconstante como nos vemos na relação com o outro. Uma cultura marítima aberta e socialmente responsável implica esta arqueologia do olhar.
MMI-A.G.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Winslow Homer...pintor de coisas do mar













Winslow Homer (Boston, 24 de fevereiro de 1836 – Prout's Neck, 29 de setembro de 1910) foi um importante pintor e gravurista dos Estados Unidos.

Era filho de Charles Savage Homer e Henrietta Benson Homer, ela sendo aquarelista amadora e a primeira professora do filho, com quem manteve uma relação forte por toda a vida. Winslow Homer desde cedo manifestou talento artístico, e iniciou trabalhando como ilustrador comercial, persistindo no ramo gráfico por vinte anos, e cujas características lineares se impuseram no seu trabalho de pintura. Mas ao mesmo tempo passou a trabalhar em um estúdio com a pintura a óleo, explorando suas capacidades de textura e densidade. Também pesquisou a aquarela, criando obras de aspeto fluido e espontâneo.

Em 1859 abriu um estúdio em Nova Iorque e até 1863 teve aulas na Academia Nacional de Desenho, estudando brevemente pintura com Frédéric Rondel. Em um ano já estava produzindo obras significativas. Sua mãe queria que ele se aperfeiçoasse na Europa, mas a revista Harper's o enviou à frente de batalha da Guerra Civil, onde desenhou as cenas de combate e a vida militar. Voltanado para seu estúdio, iniciou uma série de pinturas sobre a Guerra, que tiveram imediata aceitação. Depois desse período, voltou sua atenção para cenas familiares e tranquilas.

Por fim conseguiu ir a Paris, permanecendo um ano, trabalhando como desenhista da vida parisiense para a Harper's, e produzindo apenas pinturas pequenas sobre a vida camponesa, que mostravam afinidade com a Escola de Barbizon, Manet e Courbet. Em seu retorno à América, continuou retratando as cenas campestres numa visão idílica, que foram recebidas com muito agrado por sua sinceridade de sentimento e ausência de sentimentalismo.

Na década de 1870 ele começou a se retirar da vida social, vivendo num farol e despertando um amor pelo mar que daria origem a uma importante série de obras sobre pescadores e cenas litorâneas. Entre 1881 e 1882 viveu na vila de Cullercoats, na Inglaterra, pintando o cenário local e suas figuras características, num estilo sóbrio, vigoroso e direto, em telas maiores que o seu usual, e com uma abordagem mais universal do que típica.

Voltando aos Estados Unidos em 1882, os críticos imediatamente perceberam que ele havia mudado, e que suas obras recentes se alçavam a patamares superiores de qualidade e significado. Mudando-se para o Maine em 1883, começou sua série de marinhas monumentais e dramáticas, isolando-se cada vez mais do mundo. Era descrito como um Robinson Crusoé yankee e como um eremita com um pincel. Apesar do respeito conseguido junto à crítica, suas obras nunca se tornaram realmente populares. Nos anos seguintes visitou a Flórida, Cuba e as Bahamas, mudando sua paleta para cores vivas em aquarelas de belo impacto, que tiveram o efeito de rejuvenescer sua mente e refinar sua técnica aquarelística, que até hoje é altamente elogiada pela crítica, ao mesmo tempo em que se aventurava para temas de animais.

Homer jamais deu aulas regulares, mas suas obras influenciaram as gerações seguintes por sua honestidade no retrato das relações do homem com a natureza, e hoje é considerado um dos maiores pintores norte-americanos.

Parabéns aos palhaços

















Um dos meus blogues preferidos fez 5 anos..e dizia que sem eles nada teria sido possível.....POIS EU ACHO QUE SEM ELES PORTUGAL ESTARIA MELHOR....

O castigo no Ponto de Encontro


















este castigo já não se usa no Ponto de Encontro...mas como a tradição já não é o que era...volta castigo...este merece........

Concerto de Ano Novo do Ponto de Encontro




Tal e qual o meu...no Teatro Aveirense...mas com a Orquesta Sinfónica das Beiras...o Maestro era Português mas de qualidade o que não é fácil....o Solista ...Paulo de Carvalho...Tudo somado ...comecei bem o ANO de 2011