quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Museu Marítimo de Ilhavo- Nos Porões da Memória III

A memória das grandes sagas do trabalho no mar só serão menos frágeis se as suas narrativas partilhadas no espaço público se alimentarem de testemunhos subjectivos e plurais.
As fotografias obtidas nos interstícios das fainas do bacalhau, ora destinadas ao acto íntimo de recordar, ora vertidas em longos álbuns compostos com uma certa intenção documental, confirmam a natureza fortemente visual das culturas marítimas.
Muitos foram os tripulantes das frotas bacalhoeiras que se deram ao gosto de fazer fotografias do estranho mas belo mundo em que se moviam. Não poucos "oficiais" e alguns pescadores fotografavam em silêncio, quais actores efémeros de uma vida que sabiam extraordinária e condenada aos rituais da recordação, ao arquivo nos "porões da memória".
Além desses registos intimistas, diversos foram os estrangeiros que tomaram a White Fleet e os seus homens como objecto de fotografia e de escrita. O canadiano Wayne Ralph foi um desses observadores da frota portuguesa e do exostismo heróico dos pescadores lusos. Ao partilhar este trabalho com o seu público, o Museu Marítimo de Ílhavo prossegue os seus esforços de pluralização da memória da "grande pesca".
FONTE: MMI

Um Marinheiro da White Fleet
Há traços da Water Street que nunca se desvaneceram das memórias da minha infância: o Índio de madeira à entrada da Cash’s Tobacco Store, junto à Scanlan’s Lane; o sistema de tubagem a vácuo da London, New York and Paris Store, enviando trocos e recibos do primeiro andar para o rés-do-chão; o aparelho de Raio-X na Parker & Monroe Shoes, onde podíamos ver os ossos dos nossos pés através de uma portinhola; e a Woolworth’s Store, no Stewart’s Block.
Era meu hábito correr desenfreadamente pelas encostas íngremes da Bond Street depois das aulas, fazendo um grande desvio em volta do polícia que controlava o trânsito na Duckworth em Prestott, dirigindo-me para o porto. Eu só tinha duas missões – ver o que se encontrava amarrado nas docas, e gastar a minha mesada, na Woolworth’s Store. Apesar de ter feito inúmeras visitas àquela cafetaria, apenas uma eu recordo com precisão. Foi o dia em que conheci o marinheiro português.
Era Primavera e estava um daqueles dias raros em St. John’s, com uma brisa ligeira e uma claridade ofuscante; as águas habitualmente turvas estavam quase límpidas. O meu tio Fred costuma dizer que não há nada melhor do que um bom dia na Terranova. Este era, sem dúvida, um desses dias.
A escola tinha acabado e a White Fleet estava ancorada, alinhada pela popa, por entre as embarcações do porto: dóris com motor, arrastões ingleses e petroleiros gregos. Era constituída por veleiros do início do seculo XX, de 3 ou 4 mastros, convertidos em navios-motor. As tripulações, homens e rapazes de Portugal, já atravessam o Atlântico para pescar nos Grandes Bancos, e já procuram abrigo neste porto há muitas gerações.
Com excepção, talvez, de um submarino da Royal Navy, nenhuma outra embarcação me seduzia mais do que estas. Mas, ao contrário do submarino, eu conseguia espreitá-las, contar os pequenos dóris, fazer festas ao cão de bordo, e acenar aos marinheiros enquanto eles cozinhavam no convés. Eles retribuíam sempre com sorrisos e posavam para as fotografias, apreciando a atenção de que eram alvo. Poucos falavam Inglês, e os negociantes da Water Street atraíam-nos com promessas de que os seus vendedores falavam português.
Eu nunca estive num dóri nos Bancos, nesse mundo de mar cinzento e nevoeiro assustador, nem nunca tive as mãos gretadas e cheias de sangue de bacalhau. Eu era um “rapaz de terra”, um miúdo da escola com coração romântico. Nunca tinha estado frente-a-frente com um pescador da White Fleet até àquela tarde, no Woolworth. Ele sentou-se no banco, à minha direita, e perguntou-me, servindo-se de gestos, o que é eu estava a comer. Quando me virei para responder, reparei nas suas mãos calejadas e nos nós dos dedos vermelhos, olhos castanhos e cabelo preto.
A empregada mais jovem, a mais bonita, percorreu o balcão na nossa direcção. Sem tirar o cigarro da boca, ela perguntou-lhe o que ele queria tomar, ao que ele respondeu: uma cerveja. Piscando-me o olho (quase parando o meu coração adolescente), ela respondeu-lhe: Aqui não servimos cerveja! De imediato, o marinheiro apontou para a minha bebida enquanto remexia no bolso esquerdo das suas calças disformes de lona.
Enquanto ele tirava do bolso uma nota dobrada de 1 dólar, uma verde com a cara do George Washington, a forma como baixou a cabeça fez-me pensar que ainda não era um homem mas apenas um rapaz. Ele tinha a minha idade. Tive a certeza quando sorriu para mim e levantou o copo brindando amigavelmente em silêncio, seguindo a empregada com o olhar enquanto ela se dirigia até ao canto mais afastado do balcão para continuar a sua interminável conversa. Tudo estava tranquilo, a loja quase a fechar, apenas eu e ele sentados nos bancos de metal.
Continuei a dissecar o meu banana split, fazendo-o durar, cheio de vontade de lhe perguntar como era a vida no mar, como era nos Bancos e como era na sua aldeia, em Portugal. Mas tal não era possível, por isso bebemos Orange Crush™ com os olhos fixos no espelho da parede do fundo. As suas unhas estavam sujas e as mãos eram ásperas, enquanto as minhas eram suaves, manchadas pela tinta dos verbos latinos – “Amo, Amas, Amat”. Ele tinha passado a tarde a remendar redes no convés, enquanto eu contemplava a claridade que irradiava em South Side Hills. O nosso professor de Latim andava a ensinar-nos, miúdos ranhosos de casaco azul e calça de flanela cinzenta, a conjugar verbos numa língua morta.
Eu sabia que o iria recordar. Observei-o pelo canto do olho enquanto a empregada lhe conferia o troco em moedas cunhadas com a cara da jovem Rainha Elizabeth. Ao levantar-se, ele atirou uma moeda de 10 cêntimos para o balcão, sorriu de esguelha para mim e foi embora. Ele tinha deixado uma gorjeta, coisa que eu nunca havia feito pois a minha mesada não permitia tal generosidade. O seu acto não foi de rapaz, mas sim um gesto de homem, habituado a uma existência perigosa, conquistada com o suor do seu rosto. Para ele não existia uniforme escolar, apenas a linha de mão e o minúsculo dóri num mar agitado e traiçoeiro, sempre com os olhos cravados na cortina de nevoeiro que se aproxima.
Wayne Ralph
Wayne Ralph nasceu em St. John’s, na Terranova. Cresceu no seio de uma família de militares. Foi editor de uma revista e co-proprietário de uma editora, consultor, jornalista independente, biógrafo, e ainda instrutor militar de voo e piloto de aviação comercial. O seu livro, Aces, Warriors & Wingmen: Firsthand Accounts of Canada’s Fighter Pilots in the Second World War, publicado em Abril de 2005, foi um best-seller. Entre os prémios que o autor recebeu destacam-se a Margaret Mc Williams Medal da Sociedade Histórica de Manitoba, pela biografia Barker VC, e pela mesma obra o MacIntyre Research Award, da Sociedade Histórica da Aviação Canadiana, ambos em 1998. Foi editor do jornal Aviation Safety Letter, de 1986 a 1991, presenteado com o Publications Award, da Fundação para a Segurança Aérea, Washington DC. Em 2002 recebeu uma bolsa do Canada Council for the Arts, no âmbito do programa Emerging Authors. Foi o fundador e editor da Wings Magazine, de 1976 a 1981, e consultor/editor da Beaufort Magazine, de 1981 a 1983. Foi presidente da Air Force Officers Associations of Greater Vancouver, e membro da Air Force Association of Canada, da Aircrew Association e do Royal Air Force Club, do Reino Unido. A sua obra, Barker VC, a biografia de William George Barker, o herói de guerra mais condecorado do Canadá, foi descrita pelo jornal The Globe & Mail, em 1997, como um “notável livro do ano”. Em 1999, foi emitido, no programa Flightpath do canal Discovery, o documentário The First of the Few baseado nesse livro. O documentário The Hero’s Hero – The forgotten life of William Barker, da History Television, do qual Wayne Ralph foi consultor histórico, foi transmitido no Canadá pela primeira vez em 2003. O 10º aniversário da primeira edição desta biografia, William Barker VC – The Life, Death & Legend of Canada’s Most Decorated War Hero, foi celebrado com uma nova edição de formato alargado e com novas fotografias pelo editor Wiley & Sons, em Março de 2007. Wayne Ralph prestou serviço na Royal Canadian Air Force e nas Canadian Forces entre 1965 e 1973. Após o Regular Officer Training Plan, em Setembro de 1968, recebe as asas de piloto e passa a instrutor na No.2 Flying Training School, em Moose Jaw. Em 1973, era instrutor na Canadian Forces Flying Instructor School. De 1973 a 1979 foi piloto de testes da Pacific Western Airlines. Enquanto antigo aluno formado na Universidade de Calgary, veio a ocupar em 1981/82 a cátedra do Departamento de Estudos Estratégicos de Defesa Nacional, tendo publicado uma tese sobre Aquisição de Sistemas de Armamento no Canadá, recebendo o seu Diploma em 1983

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Navio Escola Sagres leva o nosso vinho Verde e Moscatel para dar a volta ao Mundo


O Vinho Verde embarcou hoje no Navio Escola “Sagres” que iniciou a sua terceira viagem de cincum-navegação e cujo trajecto inclui paragens em países como o Brasil, Chile, Peru, Equador, México, EUA, Japão, Coreia do Sul, China, Timor-Leste, Indonésia, Singapura, Tailândia, Malásia e Egipto, entre outros. Tendo como principal missão a formação dos futuros oficiais da Marinha e a representação de Portugal um pouco por todo o lado, o navio vai levar o Vinho Verde aos quatro cantos do mundo, evidenciando a qualidade e as características únicas deste produto que pretende ser um cartão de visita do nosso país.
Com a apoio da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), o objectivo desta iniciativa é, uma vez mais, levar o Vinho Verde além fronteiras, aproximando-o de novos públicos e envolver o consumidor na experimentação desta bebida e no aumento de conhecimento sobre o vinho e a sua região.

Também se irá aproveitar mais esta Volta ao Mundo de 11 meses do Navio Escola Sagres para re-editar o famoso Moscatel Torna Viagem.
O Navio Escola Sagres levará a bordo dois cascos com Moscatel Roxo 1999 e dois cascos com Moscatel de Setúbal 1998 (JMF).

Estes vinhos irão passar por quatro vezes a linha do Equador, sofrer a constante ondulação do Navio, bem como a influência das diversas condições meteorológicas pelas quais o Navio for passando e, à chegada a Portugal, este já famoso vinho da José Maria da Fonseca terá desenvolvido uma qualidade superior, que o tornará facilmente distinguível em provas comparativas com o mesmo vinho que fica a repousar nas Caves de Azeitão.

"Com os choques térmicos sofridos durante a viagem, sabemos que o Moscatel Torna Viagem terá uma cor mais escura e características totalmente diferentes do que o vinho que ficou cá em Portugal", explica António Soares Franco, presidente do Conselho de Administração da José Maria da Fonseca.
"o Moscatel fica mais redondo e aveludado, menos agreste e bastante mais complexo. Resumindo, transforma-se num vinho único, maravilhoso!".
Nesta viagem, o Moscatel Torna Viagem testemunhará o estreitar das relações entre Portugal e os países asiáticos: as comemorações dos 150 anos do Tratado Portugal-Japão, assim como as comemorações dos 500 anos de Afonso de Albuquerque, são alguns dos acontecimentos marcantes desta volta ao mundo do Navio Escola Sagres.
A experiência de uma viagem de Moscatel passando a linha do Equador realizou-se recentemente em 2007 e em 2000, desta feita por altura da comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil e também nestas duas viagens se comprovou a qualidade superior do vinho no seu regresso a Portugal.


Torna Viagem: uma experiência centenária

A José Maria da Fonseca descobriu o Torna Viagem há mais de um século. Na época em que navios cruzavam os mares do Mundo fazendo todo o tipo de comércio, era comum levarem à consignação cascos de Moscatel de Setúbal.
Os comandantes, que recebiam uma comissão pelo que vendiam, nem sempre os conseguiam comercializar na totalidade. Na volta a Portugal, depois do périplo, em que se submetiam a diversos climas e significativas variações de temperatura, os cascos eram devolvidos à casa mãe. Ao serem abertos, o resultado era quase sempre uma grata surpresa: geralmente o vinho estava bastante melhor do que antes de embarcar.

A passagem pelos trópicos, a caminho do Brasil, África ou Índia, quando atravessava por duas vezes a linha do Equador, uma na ida, outra na volta, melhorava a qualidade do Moscatel de Setúbal e conferia-lhe grande complexidade.
Fontes: Agência Lusa;JMF;Comissão Nacional do Vinho Verde

sábado, 16 de janeiro de 2010

Terramoto do Haiti mata uma mulher que o Ponto de Encontro muito admirava


O desenhista Maurício de Sousa, criador da Turma de Mónica, fez uma ilustração em homenagem a Zilda Arns, vítima do terremoto que atingiu o Haiti na terça-feira.
Zilda Arns fundadora da Pastoral para a Criança
Zilda Arns tinha 73 anos, era médica pediatra e sanitarista e chegou a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho na luta para erradicar a desnutrição infantil. Além do Haiti, já estavam previstas viagens para o Uruguai, Colômbia, México, Paraguai, Argentina, Republica Dominicana, Angola e Guiné-Bissau.

Ponto de Encontro de luto pelo povo sofrido do Haiti

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ponto de Encontro na 1ª Pesquisa na BMD

A Descrição actual e precisa de Portugal, antiga Lusitânia, por Fernando Alvarez Seco.

Fernando Alvares Seco (fl. 1561-85) foi um matemático e cartógrafo português que fez o primeiro mapa de Portugal que se tem conhecimento. Foi gravado por Sebastiano del Re e publicado em Roma em 1561. Mais tarde, Abraham Ortelius (1527-98) reeditou o mapa em seu Theatrum orbis terrarum (Teatro de todo o mundo), que foi publicado pela primeira vez em maio de 1570. Ortelius foi um cartógrafo e editor de mapa de Antuérpia. De 1564 a 1570, ele fez seus próprios mapas, mas em 1570 decidiu publicar o Theatrum. Tido como o primeiro atlas do mundo, este trabalho incluiu mapas produzidos por cartógrafos muitos conhecidos. Foi publicado em diversas edições entre 1570 e 1612, em latim, holandês, alemão, francês, espanhol, inglês e Italiano. Provavelmente este mapa é da ediçãoem latim. de 1579. É orientado com o norte, à direita, colocando o Algarve, no sudoeste da Península Ibérica, no canto superior esquerdo do mapa.

Ponto de Encontro congratula-se com a criação da Biblioteca Digital Mundial


A NOTÍCIA DO LANÇAMENTO NA INTERNET DA WDL(A BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL É UM PRESENTE DA UNESCO PARA A HUMANIDADE INTEIRA !!!!
Já está disponível na Internet, através do sítio www.wdl.org Reúne mapas, textos, fotos, gravaçoes e filmes de todos os tempos
e explica em sete idiomas as jóias e relíquias culturais de todas
as bibliotecas do planeta.
Tem, sobretudo, carácter patrimonial. A BDM nao oferecerá documentos correntes, a nao ser "com valor de património, que permitirao apreciar e conhecer melhor as culturas do mundo em idiomas diferentes: árabe, chinês, inglês, francês,
russo, espanhol e português. Mas há documentos em linha em mais de
50 idiomas".
Entre os documentos mais antigos há alguns códices precolombianos,
graças à contribuiçao do México, e os primeiros mapas da
América, desenhados por Diego Gutiérrez para o rei de Espanha em
1562".
Os tesouros incluem o Hyakumanto darani , um documento em japonês
publicado no ano 764 e considerado o primeiro texto impresso da
história; um relato dos azetecas que constitui a primeira mençao
do Menino Jesus no Novo Mundo; trabalhos de cientistas árabes
desvelando o mistério da álgebra; ossos utilizados como oráculos e
esteiras chinesas; a Bíblia de Gutenberg; antigas fotos
latino-americanas da Biblioteca Nacional do Brasil e a célebre
Bíblia do Diabo, do século XIII, da Biblioteca Nacional da Suécia
Cada jóia da cultura universal aparece acompanhada de uma breve
explicaçao do seu conteúdo e seu significado. Os documentos foram incorporados no seu idioma original, mas as explicaçoes aparecem em sete línguas, entre elas O PORTUGUÊS

A biblioteca começa com 1200 documentos, mas foi pensada para receber um número ilimitado de textos, mapas, fotografias e ilustraçoes.
Já foi apresentado oficialmente na sede da UNESCO , em Paris, a Biblioteca Digital Mundial está disponível na Internet, através do sítio www.wdl.org.
É possível, por exemplo, estudar em detalhe o Evangelho de Sao Mateus traduzido em aleutiano pelo missionário russo Ioann Veniamiov, em 1840. Com um simples clique, podem-se passar as páginas de um livro, aproximar ou afastar os textos e movê-los em todos os sentidos. A excelente definiçao das imagens permite uma leitura cómoda e
minuciosa.Entre as jóias que contem no momento a BDM está a Declaraçao de
Independência dos Estados Unidos, assim como as Constituiçoes de numerosos países; um texto japonês do século XVI considerado a primeira impressao da história; o jornal de um estudioso veneziano que acompanhou Fernao de Magalhaes na sua viagem ao redor do mundo;o original das "Fábulas" de Lafontaine, o primeiro livro publicado
nas Filipinas em espanhol e tagalog, a Bíblia de Gutemberg, e umas
pinturas rupestres africanas que datam de 8.000 A.C..
Duas regioes do mundo estao particularmente bem representadas:
América Latina e Médio Oriente. Isso deve-se à activa
participaçao da Biblioteca Nacional do Brasil, a biblioteca
Alexandrina do Egipto e a Universidade Rei Abdulá da Arábia
Saudita.A estrutura da BDM foi decalcada do projecto de digitalizaçao da
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, que começou em 1991 e
actualmente contém 11 milhoes de documentos em linha.
Os seus responsáveis afirmam que a BDM está sobretudo destinada a
investigadores, professores e alunos.