sábado, 18 de outubro de 2008

O professor sempre injustiçado



Como devem ter reparado os meus amigos, tenho tido pouco tempo para dedicar ao blogue por causa da profissão do Título.
Eu que sempre adorei a profissão e que já nem tinha que me aborrecer com as medidas do Sócrates pois estou naquilo a que chamam topo de carreira..vejo a minha actividade docente preenchida só com papéis a mais papéis ..e uma nuvem negra de stress por cima da Escola. olhem nem me apetece escrever..
Por isso fui buscar este vídeo de um cantor da minha juventude..que retrata..tão bem
esta profissão..nele não há papéis mas há....INJUSTIÇA.
SER PROFESSOR

Ser professor é ser artista,

malabarista,

pintor, escultor, doutor,

musicólogo, psicólogo...

É ser mãe, pai, irmã e avó,

é ser palhaço, estilhaço,

É ser ciência, paciência...

É ser informação,

é ser acção.

É ser bússola, é ser farol.

É ser luz, é ser sol.

Incompreendido?... Muito.

Defendido? Nunca.

O seu filho passou?...

Claro, é um génio.

Não passou?

O professor não ensinou.



Ser professor...

É um vício ou vocação?

É outra coisa...

É ter nas mãos o mundo de

AMANHÃ

os alunos vão-se...

e ele, o mestre, de mãos vazias,

fica com o coração partido.

Recebe novas turmas,

novos olhinhos ávidos de

Cultura

e ele, o professor,

vai despejando

com toda a ternura,

o saber, a Orientação

nas cabecinhas novas que

amanhã

luzirão no firmamento da

Pátria.

Fica a saudade...

a Amizade.

O pagamento real?

Só na eternidade.


Autor: Desconhecido

2 comentários:

Anónimo disse...

O meu primeiro Mestre , tiña eu 6 anos , foi Don Manuel .
Lembro sempre vestido con unha americana con remendos nos cóbados e o puños roídos de vellos e desgastados que estaban . Sempre con un cigarro entre os dedos os cales tiñan xa de seu, un color pardo amarillento a forza de tanto tabaco.
O pelo escaso e branco , peiteado para atrás, facía surcos que deixaban ver unha incipiente calvicie.
Don Manuel nos seus tempos mozos , era de ideoloxía republicana , por iso cando a guerra civil, foi condeado a morte e posto fronte a un pelotón de execución. Un súbito desmaio dou con el no chan antes mesmo antes de ser fusilado e os seus verdugos non repararon no caso e puido escapar con vida de entre os cadáveres dos demais axustizados.

A “Xustiza” perdooulle logo a vida , pero desterrouno para sempre da súa vila natal , e dese xeito, a principios da década dos anos 40 chegou o mestre a vila de Muros.

Dou escola i ensinou nos anos que estivo aquí a dúas xeracións de muradáns . Discreto calado, afable, e sobre todo unha gran persoa e un magnifico MESTRE.

Nunca se me esqueceran as historias que el nos contaba os nenos para facer un pouco mais amena a clase , historias como aquelas que falaban do Rei que era estúpido e criase vestido con un traxe imaxinario que lle confeccionaban dous pícaros xastres e que aseguraban que solo podían ver as xentes intelixentes.
Ou o conto de como o paxaro Cuclillo para despistar o Milano agochábase entre as herbas do chan mimetizandose entre a vexetacion.

Creo que don Manuel , a pesar dos poucos anos que eu tiña daquela, influíu decisivamente na miña vida na forma de vela e na maneira de vivila.
Por iso lembro con un grande respecto e un sincero agarimo, a figura de Don Manuel , O meu MESTRE.


Apertas, mestra

Marieke disse...

Comovente a tua história sobre o teu mestre.
A situação dos professores jovens em Portugal está péssima.
Nós os velhos sofremos ao ver as dificuldades por que estãoa passar.
Eu que nunca fui muito de manisfestações de rua mas fiz uma pela primeira vez há um tempo, e acho que emNovembro farei outra.
Dos meus mestres de escola guardo recordações e gratidão a um em especial....Professor Girão..que anos mais tarde viria a ser um político reconhecido ainda hoje e presidente de Câmara de Aveiro.
Numa altura má de vida familiar em que os meus pais nem tempo tinham para pensar no meu futuro..e havia prazos a cumprir ele foi comigo a todol o lado tratando de tudo para eu continuar a estudar e ser o que não sou hoje, uma engenheira que virou professora,
Um abraço