terça-feira, 4 de março de 2008

Visita ao Museu Marítimo de Ílhavo..Fundamental



O Museu Marítimo de Ílhavo conta com quatro exposições permanentes, todas elas de temática marítima, todas elas singulares e dotadas de colecções ricas que são parte do património do Museu. No piso inferior residem as exposições mais identitárias: a Sala da Faina/Capitão Francisco Marques, dedicada ao tema da pesca do bacalhau à linha com dóris, e a Sala da Ria, dedicada às fainas agro-marítimas da Ria de Aveiro. No piso superior do edifício habita as terceira e quarta exposições de carácter permanente – a Sala dos Mares, relativa à memória da expansão oceânica dos portugueses e dos ílhavos e ao papel de abertura e experimentação que nela desempenharam as pescarias longínquas do bacalhau e a Sala das Conchas.
Sala da Faina Maior/Cap. Francisco MarquesTrata-se da exposição mais emblemática do Museu, evocativa da “Faina Maior”, dos homens e “navios de linha” que andaram ao bacalhau. Lugar da memória da pesca do bacalhau por navios de artes de anzol (veleiros puros ou providos de motor), a sala da “faina” exprime um duplo sentido: evocação e homenagem. Em Agosto de 2002, esta exposição permanente foi rebaptizada em homenagem ao Capitão Francisco Marques, último capitão do “Creoula” e Director do Museu entre Outubro de 1999 e Junho de 2001. O discurso expositivo combina o realismo típico dos modos de expor tradicionais com uma certa estilização e com o uso de recursos audiovisuais. O ambiente é ostensivamente lúgubre (a sala é pouco iluminada), mítico e envolvente.A exposição organiza-se em três espaços distintos, como se fosse um grande tríptico: ao centro, exibe-se um belo iate da pesca do bacalhau, construído em madeira por artesãos de construção naval ao longo do ano de 2001. Trata-se de uma representação de um navio típico da década de vinte do século XX. Modelo em tamanho real, a meia água ou cortado pelo limite inferior do convés, permite ao visitante ir a bordo e tocar todos os elementos materiais que eram parte da grande faina, das amarras às vergas, da gauita à pilha dos dóris, a embarcação frágil e esguia que constituía a chave do modo singular como os portugueses fizeram durante séculos a pesca do bacalhau – a pesca com dóris de um só homem. Saindo do convés, pode o visitante observar o que falta no navio percorrendo com minúcia a ala esquerda da sala onde encontrará os principais espaços que ficavam sob o convés, com destaque para a câmara dos oficiais e o porão de salga. A ala direita da sala consiste numa narrativa de viagem desde o apresto e largada do navio e prosseguindo com a viagem e a faina dos dóris até ao regresso. Ilustrada com textos e fotografias de Alan Villiers.
Fonte...Museu Marítimo de Ilhavo

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