segunda-feira, 4 de junho de 2012

O Mar na poesia Galega

Meus ollos van por lo mare,
mirando van Portugale.
Meus ollos van por lo río,
mirando van meu amigo
canción popular anónima do século XV ou XVI
Cando sentado en unhas altas penas que o mar batía con feroz ruxido,
ardendo en lume vivo as súas venas,
centellándolle os ollos encendidos, xamáis adormecidos
, Belmiro, labrador, se lamentaba e os seus gritos alzaba ós ceos dos seus males causadores, contándolles ós aires seus dolores.
Xa tamén revolcándose na area, das súas bágoas empapada e chea,
xa as rocas lles contaba os seus amores
Vizconde de Chauteaubriand
Envolto en brétemas frías vinte berrar con furor;
vín a maldá que encobrías que sempre andas as porfías co bote do pescador.
Vín a ola que se escarrancha contra ó barco,
feita escuma, cando tragar quere a lancha
e nín da bóveda ancha siqueira un luceiro aluma

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

PONTO DE ENCONTRO ...divulga ..AMADEU DE SOUSA...poeta aveirense

Quem me dera enterrado junto ao cais
na tumba da maré da eternidade,
onde vive o Aveiro e a saudade,
a beleza infinita dos canais!

E nessa sepultura ser arrais
do barco ancestral desta cidade,
onde mora a raiz da Liberdade,
semeada por vozes imortais!

Então nesse recanto do Rossio,
onde o amor nasceu, e ali ouviu
o murmurar da água na muralha,

quem me dera morrer de maresia,
e na urna embalada pela ria,
vestirem-me de sal, como mortalha!

A Barca dos Apóstolos













A Barca dos Apóstolos .
Nenhuma comunidade se sustém sem alimentar os seus mitos. De entre as narrativas que
compõem a identidade de um colectivo, as mais celebradas e disputadas são as que
falam das origens. Lugares de memória, os museus devem estimular essa constante
invocação de um passado feito de realidade e lenda. Para que esse jogo
memorial-identitário se desenrole são precisos rituais apoiados em objectos
densamente simbólicos, quase totémicos. A “Barca dos Apóstolos” que agora
reside no Museu graças à generosidade da família do Tenente Alberto da Maia
Mendonça e esposa Maria Casimira Gomes da Cunha significa muito para os
ilhavenses. Durante largos anos foi barco de andor, primeiro na remota festa
que, em Ílhavo, os pescadores dedicavam a S. Pedro Apóstolo, depois na Senhora
da Saúde da Costa Nova – também conhecida como a “festa das companhas” – e, mais
recentemente, na festa ao Senhor Jesus dos Navegantes, que a nível local se
ligou à pesca do bacalhau. Este magnífico barco enegrecido pode, porém,
significar muito mais do que um barco processional, caso lhe queiramos atribuir
novos significados. Testemunho votivo da Diáspora dos Ílhavos, invoca a mítica
“companha dos luizes”, certamente uma homenagem a todos os pescadores que,
aprisionados nas areias de S. Jacinto, após a abertura da barra, no início de
Oitocentos, começaram a levar as suas companhas a múltiplos pontos do litoral.
Esta peça há muito desejada para o Museu e ligada às suas origens permite
invocar diversos ciclos da maritimidade local, uma índole marítima, primeiro
ancorada nas pescarias locais e costeiras, mais tarde nas pescas longínquas.
Numas como noutras, o pescador nunca foi outra coisa senão um frágil tripulante
de um barco de mar.
Depósito da Família do Tenente Alberto da Maia Mendonça e
esposa Maria Casimira Gomes da Cunha Nenhuma comunidade se sustém sem alimentar
os seus mitos. De entre as narrativas que compõem a identidade de um colectivo,
as mais celebradas e disputadas são as que falam das origens. Lugares
de memória, os museus devem estimular essa constante invocação de um passado
feito de realidade e lenda. Para que esse jogo memorial-identitário se desenrole
são precisos rituais apoiados em objectos densamente simbólicos, quase
totémicos. A “Barca dos Apóstolos” que agora reside no Museu graças à
generosidade da família do Tenente Alberto da Maia Mendonça e esposa Maria
Casimira Gomes da Cunha significa muito para os ilhavenses. Durante largos anos
foi barco de andor, primeiro na remota festa que, em Ílhavo, os pescadores
dedicavam a S. Pedro Apóstolo, depois na Senhora da Saúde da Costa Nova – também
conhecida como a “festa das companhas” – e, mais recentemente, na festa ao
Senhor Jesus dos Navegantes, que a nível local se ligou à pesca do bacalhau.
Este magnífico barco enegrecido pode, porém, significar muito mais do que um
barco processional, caso lhe queiramos atribuir novos significados. Testemunho
votivo da Diáspora dos Ílhavos, invoca a mítica “companha dos luizes”,
certamente uma homenagem a todos os pescadores que, aprisionados nas areias de
S. Jacinto, após a abertura da barra, no início de Oitocentos, começaram a levar
as suas companhas a múltiplos pontos do litoral. Esta peça há muito desejada
para o Museu e ligada às suas origens permite invocar diversos ciclos da
maritimidade local, uma índole marítima, primeiro ancorada nas pescarias locais
e costeiras, mais tarde nas pescas longínquas. Numas como noutras, o pescador
nunca foi outra coisa senão um frágil tripulante de um barco de mar.

Manuel Fraga Iribarne (1922-2012)




"Com Manuel Fraga morre um patriota, um servidor de Espanha. Morreu-nos a todos, porque um homem de Estado não morre nem vive de forma normal. Um homem de Estado morre e vive para todos os que fez seus, para todos aos que dedicou a sua vida", afirma Aznar. Num artigo publicado no jornal ABC o ex-presidente do Governo recorda a trajetória pública de quem considera seu mentor no PP, destacando a "fortuna" de todos os espanhóis porque Fraga "fez de Espanha a sua vocação, o seu empenho, o seu horizonte de vida". "Esteve nos momentos chave da nossa história política dos últimos 50 anos, tornando-a possível e dando-lhe um sentido ao serviço de bem comum. Para dignificar o sentido da palavra política", escreve Aznar. Destaca que Fraga "trabalhou desde dentro para a auto dissolução da ditadura", sendo que "transição (...) Constituição e Partido Popular" são três conceitos "simplesmente incompreensível sem Manuel Fraga". "Sem ele tudo teria sido diferente. Só por isso merece a sincera gratidão de todos os espanhóis. Alguns, muitos, devemos-lhe bastante mais", conclui. Manuel Fraga, fundador do Partido Popular (PP) espanhol e um dos pais da Constituição do país, faleceu na noite de domingo, na sua casa em Madrid, devido a uma paragem cardíaca na sequência de um agravamento de uma crise respiratória que começou no início do ano. Fontes familiares confirmaram que Fraga será sepultado na terça-feira na localidade de Perbes, na província galega da Corunha, cumprindo assim um desejo expresso várias vezes por Fraga. O corpo será velado na sua casa em Madrid, por desejo da família, apesar de o Congresso, o Senado e a Junta da Galiza terem disponibilizado instalações oficiais para que o corpo ficasse em câmara ardente.
Fonte: Lusa
Manuel Fraga Iribarne (Vilalba, 23 de novembro de 1922 - Madrid, 15 de janeiro de 2012) foi um político galego. Ex-ministro de Informacão e Turismo (1962-69) durante a ditadura Espanhola. Foi presidente da Junta da Galiza durante quinze anos (1990-2005) e senador eleito pelo Parlamento da Galiza.Licenciou-se em Direito e em Ciências Políticas e Económicas, e iniciou a actividade política em 1952, como secretário-geral do Instituto de Cultura Hispânica, e ocupou em seguida vários cargos na área da educação e da cultura. Em 1962 foi nomeado ministro da Informação e Turismo, na época em que a Espanha se tornou numa das principais potências do turismo.Em 1973 é nomeado embaixador de Espanha no Reino Unido, e regressou ao seu país dois anos depois para integrar o primeiro Governo da reinstuarada monarquia, como vice-presidente e responsável pelos Assuntos Internos. Entre 1977 e 1978 fez parte do grupo que redige a Constituição espanhola, os Padres de la Constitución, e fundou a Aliança Popular, antecessora do actual Partido Popular (PP), cuja liderança deixa em 1987, quando é eleito deputado ao Parlamento europeu.Desde a transição democrática, Fraga Iribarne apresentou-se a todas as eleições até 1986, tendo sido eleito deputado pela comunidade de Madrid nas eleições legislativas de 1977, 1979, 1982 e 1986.Em 1989 liderou a lista do Partido Popular às eleições regionais da Galiza, vencendo com maioria absoluta, e tornando-se presidente da Junta. O êxito eleitoral veio a repetir-se nas três eleições seguintes - 1993, 1997 e 2001. Aos 82 anos, nas eleições regionais galegas de Junho de 2005, perde por um deputado a maioria absoluta (37 deputados do PP, 25 do PSOE e 13 do Bloco Nacionalista Galego) e abandona a presidência da Junta.Autor de mais de 87 livros em castelhano e dois em galego.

Bom Ano 2012















Perdão pelo desejo tardio de BOM ANO NOVO
Para todos os meus amigos bloguistas...familiares e seguidores deste blogue

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Museu Marítimo de Ilhavo- Album do Mar-Pintura de Costa Pinheiro










“Um navio ancorado num porto sem abrigo”, assim se definiu Costa Pinheiro, um dos pintores mais salientes da arte portuguesa contemporânea. Nascido em Moura, na raia alentejana, em 1932, Costa Pinheiro realizou um percurso invulgar, como artista e cidadão. Lisboa e Munique foram os seus lugares de abrigo. O ambiente artístico da capital da Baviera, onde diversas vanguardas artísticas do século XX fervilharam, marcou a sua obra de pintor que sempre se ensaiou no desenho e na gravura. À semelhança de outros artistas portugueses que, durante a ditadura, alcançaram o direito de ser presos por razões políticas, Costa Pinheiro conheceu no exílio o reconhecimento e a afirmação internacionais da sua obra. Buscando a abstracção, as suas principais obras supõem um apurado conceptualismo, apoiado num grafismo exuberante. A figuração conceptual de personagens históricas ligadas ao destino português trouxe o mar para um plano de destaque na sua obra. As celebradas séries “Reis de Portugal” (1964-1966) e “O Poeta Fernando Pessoa” (1974-1981) evocam o imaginário histórico nacional, um trajecto construído sobre a dialéctica do real acontecido e do real imaginado – entre a história e o mito. Combinando essas referências matriciais, mais recentemente Costa Pinheiro elaborou o seu “Álbum do Mar”, a série de aguarelas que agora expomos, por sua generosidade e com o apoio do Museu da Cidade da Câmara Municipal de Lisboa da Galeria Fernando Santos, do Porto. Ao expor esta belíssima narrativa do imaginário marítimo português, o Museu Marítimo de Ílhavo convida o seu público a questionar os sentidos da identidade portuguesa, debate que a arte e a poesia nunca tornaram menor. Talvez concluamos, com o artista, que somos “um navio ancorado num porto sem abrigo”.
Fonte: MMI

domingo, 23 de outubro de 2011

O Ponto de Encontro dá as boas vindas....À CHUVA

O maravilhoso túmulo da Princesa Santa Joana de Aveiro














No dia 23 de Outubro de 1771, os restos mortais de Santa Joana foram trasladados para o túmulo desenhado por João Antunes. Monsenhor João Gaspar assinala com este texto o tricentenário de um acontecimento marcante na então vila de Aveiro.
Em 1595-1597 e em 1599-1602, exerceu o cargo de prioresa do Mosteiro de Jesus, em Aveiro, a madre Inês de Jesus ou de Noronha, senhora activa, disciplinadora, renovadora e empreendedora. A sua nobreza de carácter não lhe consentiu que os despojos da Princesa D. Joana continuassem guardados em modestíssima osteoteca, embora patente no meio do coro de baixo, para onde haviam sido transferidos à volta do ano de 1578, depois de exumados da campa rasa. Por 1602-1603, o caixão interior, que continha as relíquias, foi encerrado noutro cenotáfio, de forma sepulcral, de maior grandeza e artifício, além do material ser mais condigno – ébano, coberto e ornado por marchetes de bronze dourado. O ataúde, ostentando o brasão da Princesa, foi colocado no mesmo lugar, agora sobre um supedâneo de pedra de Outil, e cercado de grades torneadas, com semelhantes ornatos de bronze.
Decorrido pouco mais de um século, após um minucioso processo canónico nas respectivas instâncias da Santa Sé, o papa Inocêncio XII, em 04 de Abril de 1693, mandou publicar o breve da beatificação equipolente “Sacrosancti Apostolatus cura”; por tal documento foi oficialmente confirmado o culto imemorial de Santa Joana. Na sequência do faustoso acontecimento, logo sucederam celebrações festivas em vários lugares. O Paço Real, em Lisboa, por ordem de el-rei D. Pedro II, foi dos primeiros a dar exemplo. Em Junho, no Mosteiro de Jesus, D. João de Melo, bispo de Coimbra, que apelidava a Princesa como a “sua Santa”, celebrou Missa pontifical, prometendo participar nas solenidades da beatificação, que viriam a realizar-se no ano seguinte de 1694. E assim aconteceu. De Coimbra vieram a Aveiro os cantores da Capela da Catedral para o oitavário, que culminou, em 12 de Maio, com a faustosa celebração da Eucaristia e com uma imponente procissão; nesta foi levada a primeira imagem da Santa Princesa, em bela escultura em madeira, para a qual se levantou um sumptuoso altar lateral no interior da igreja de Jesus.
D. Pedro II, após a beatificação de Santa Joana, ordenou a renovação e o aformoseamento do coro de baixo do Mosteiro, onde os seus restos mortais haviam sido sepultados, e mandou que se fizesse um túmulo condigno, a fim de se substituir o anterior. Para a sua concepção, foi escolhido o notável arquitecto lisbonense da Casa Real, João Antunes (1643-1712), cujos honorários foram pagos pelo próprio monarca. A obra, iniciada em 1698, terminou em 1709. No essencial, o sepulcro, assente sobre um bloco de pedra, é uma arca rectangular com base e cornija, cuja separação é feita nos extremos das faces por mísulas alongadas e finamente trabalhadas. São vários os elementos decorativos e os símbolos religiosos, que enriquecem o mausoléu em cada uma das quatro faces, como a cruz, a coroa de espinhos, a palma, o lírio, as flores e as ramagens. Em baixo e aos cantos, quatro querubins, alados e de braços erguidos, seguram-na e transportam-na ao céu e a fénix, no centro, aponta o renascer «ex cínere»; como remate superior emerge, também suportado por anjos, o brasão português, encimado pela coroa real, entre volutas. Magnífico e admirável exemplar de entalhados multicolores de mármore, embutidos com suma delicadeza e perfeição, é no seu género uma peça incomparável no embrechado, equilibrada no desenho e adequada ao barroco nacional.
Foi o bispo de Coimbra, D. António de Vasconcelos e Sousa, quem, no dia 10 de Outubro de 1711 procedeu ao reconhecimento canónico das relíquias de Santa Joana, entre mostras de muita piedade. Nos dias seguintes, houve tríduo de Missas, pregações e festas. No dia 23, após a Missa pontifical do prelado, realizou-se um magnífico cortejo, com danças, charamelas e trombetas, que deu volta ao claustro conventual e percorreu algumas artérias da vila de Aveiro, passando junto à secular igreja matriz de S. Miguel e defronte da Casa da Câmara Municipal e parando, durante uns instantes, no Convento de S. João Evangelista, das irmãs carmelitas. À frente iam os frades dominicanos, provenientes de várias partes, depois os carmelitas, os franciscanos e muitos eclesiásticos e nobres; ao todo, perto de quinhentos clérigos, por ter o bispo ordenado que concorressem os das freguesias circunvizinhas. Logo após, alçava-se a cruz da Sé, sob a qual os cantores de Coimbra e os músicos da Capela Real, solicitados de Lisboa pelo prelado, entoavam salmos e hinos; os membros do Cabido caminhavam com solenidade incomum. Conduzido debaixo do pálio, a cujas varas pegavam seis cavaleiros do hábito de Cristo, o riquíssimo andor com as relíquias era levado pelos abades mitrados dos mosteiros beneditinos de Santo Tirso e de Coimbra e dos cistercienses de Seiça e do Espírito Santo ou de S. Paulo de Coimbra, por não haver bispos disponíveis nas Dioceses limítrofes. À passagem, a Infantaria militar, em duas alas ao longo das ruas, salvava com repetidas descargas. Atrás, seguia o antístite, com os seus acólitos, o Senado Municipal e uma tão grande multidão de pessoas que as Justiças não podiam conter. Recolhida a procissão no Mosteiro de Jesus, colocou-se o caixão dentro do túmulo, que logo se fechou.
Posteriormente, o sétimo duque de Aveiro, D. Gabriel de Lencastre Ponce de Leão, por escritura lavrada em 03 de Janeiro de 1733, doou e mandou entregar à prioresa do Mosteiro de Jesus cinco candelabros de prata para serem colocados junto do sepulcro da Santa Princesa e neles se acenderem velas. Tais lampadários substituíram os quatro candelabros de cristal que, algum tempo antes, ofertara o mesmo devoto para idêntico fim. Conforme o teor do documento notarial, os candelabros de prata eram lavrados a cinzel; o maior tinha duas ordens de luzes (seis luzes a de cima e doze a de baixo); outros três tinham uma ordem de doze luzes; e o mais pequeno tinha uma ordem de seis luzes. Em 1808, «esta preciosidade artística foi levada ou, para melhor dizer, roubada pelos franceses» – informa o aveirógrafo Marques Gomes.
No decorrer da história milenar do nosso burgo, este facto significa um acontecimento marcante, singularmente vivido em 23 de Outubro de 1711 com ‘pompa e circunstância’. Na ocorrência do seu terceiro centenário, nós não poderíamos deixar de assinalá-lo num sentido de gratidão à celeste Padroeira de Aveiro que – como ela prometeu antes de falecer - «eu hei-de lembrar-me desta Casa e da Vila, onde quer que a minha alma estiver».


Fonte: Blogue "Pela Positiva"

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

De Cubatãoa Aveiro em Veleiro....




















O jornal O PONTO associa-se a esta “epopeia” publicando as façanhas da viagem deste filho da terraJoão Jorge Peralta, 75 anos, é natural de Lombomeão, Vagos. Estudava em Aveiro, quando emigrou para o Brasil com a mãe e os 7 irmãos em 1956, seguindo o pai que emigrara em 1951 para Cubatão, estado de São Paulo. Dentro de dias largará no seu veleiro TRIUNFO para a travessia do Atlântico – um retorno do filho pródigo à terra-mãe. A família desempenhou durante muitos anos um papel importante no desenvolvimento da região que os acolheu: João foi Secretário Municipal da Educação, Cultura e Desporto e uma avenida de Cubatão, cidade geminada com Aveiro, tem o nome do patriarca da família, Joaquim Jorge Peralta. Aposentado do ensino secundário e superior desde 2008, João Peralta dedicou ultimamente muito do seu tempo a navegar pela costa brasileira, visitando os recantos mais notáveis do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, investigando sobre a história social e económica da era colonial e sobre o património histórico luso-brasileiro. A travessia do Atlântico num barco à vela, da cidade que o acolheu até à terra donde partiu era, desde há muitos anos, um sonho que ambicionava realizar. A oportunidade e a motivação surgiram no momento certo, do encontro com um companheiro dos tempos da mocidade.António de Abreu Freire, 68 anos, nasceu no Bunheiro, Murtosa e estudou na mesma instituição frequentada por João Peralta, sendo companheiro de turma de José, irmão de João. O seu percurso académico passou por climas da Europa, do Canadá e também pelo Rio de Janeiro entre 1964/68, mas sem notícias dos companheiros dos anos 50. Não souberam uns dos outros durante 44 anos, até ao ano 2000, quando Abreu Freire comandava um veleiro-escola com universitários portugueses na regata comemorativa dos 500 anos do achamento do Brasil. No Rio soube que João Peralta construía então, longe no sul, um veleiro com o qual desejava regressar à sua terra na Ria de Aveiro. Pelo lançamento do Diário de Bordo da viagem comemorativa, em 2001, Abreu Freire e os irmãos Peralta reencontraram-se em São Paulo.Em 2007/2008 Abreu Freire realizou o Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania, uma viagem a bordo de um veleiro pelos espaços da vida do padre António Vieira, de que resultaram várias publicações, uma exposição e um documentário filmado. João e José Peralta foram grandes suportes materiais e morais numa empreitada difícil e complicada que resultou em sucesso. Juntando a experiência de um veterano de 14 travessias à vela do Atlântico ao desejo de um emigrante de regressar à terra no seu veleiro, todos os ingredientes se encontravam disponíveis para criar mais um momento alto das suas vidas. E tem ainda outras razões que motivam esta travessia: neste ano de 2011 a família de João Peralta comemora os 100 anos do nascimento dos seus pais e em Janeiro de 2012 comemoram-se os 400 anos da fundação do estado do Ceará e da cidade de Fortaleza, obra de um alentejano de Santiago do Cacém, Martim Soares Moreno, um dos grandes heróis da unidade do Brasil, um dos “pais da pátria”, cuja história merece ser divulgada. Ele inspirou o personagem Martim do romance Iracema de José de Alentar e é personagem de primeiro relevo na história comum de ambos os países.João Peralta e Abreu Freire zarparão de Cubatão a bordo do Triunfo dentro de dias e farão escala em Salvador da Bahia, Recife, Natal, Recife, Fortaleza e São Luís do Maranhão. Em todas estas escalas será lembrado Martim Soares Moreno que aqui combateu os intrusos franceses e holandeses durante 45 anos, entre 1603 e 1648. Do Maranhão terá lugar a grande travessia de mais de 2.500 milhas com destino aos Açores e de lá navegarão para Sevilha, onde o herói do Ceará veio procurar reforços para a luta no nordeste. A escala em Sines, o porto mais próximo da terra natal de Martim Soares Moreno será em Dezembro, para terminar a viagem na Ria de Aveiro antes do solstício do Inverno. Mas para além de todas as razões que possam justificar esta travessia, tem uma só que é mesmo a que conta: nós queremos fazer de um espaço mais vasto o arraial das nossas utopias. Dizia o grande pregador padre António Vieira que os portugueses sempre tiveram pouca terra para nascer, o mundo inteiro para viver e morrer. Serão cerca de 6000 milhas de oceano, durante três meses da nossa vida, que pretendemos partilhar com os amigos e leitores do jornal O PONTO. Graças à Internet e telefone por satélite, manteremos contacto em tempo real com os nossos leitores e com os ouvintes da Rádio VAGOS FM duraO jornal O PONTO associa-se a esta “epopeia” publicando as façanhas da viagem deste filho da terraJoão Jorge Peralta, 75 anos, é natural de Lombomeão, Vagos. Estudava em Aveiro, quando emigrou para o Brasil com a mãe e os 7 irmãos em 1956, seguindo o pai que emigrara em 1951 para Cubatão, estado de São Paulo. Dentro de dias largará no seu veleiro TRIUNFO para a travessia do Atlântico – um retorno do filho pródigo à terra-mãe. A família desempenhou durante muitos anos um papel importante no desenvolvimento da região que os acolheu: João foi Secretário Municipal da Educação, Cultura e Desporto e uma avenida de Cubatão, cidade geminada com Aveiro, tem o nome do patriarca da família, Joaquim Jorge Peralta. Aposentado do ensino secundário e superior desde 2008, João Peralta dedicou ultimamente muito do seu tempo a navegar pela costa brasileira, visitando os recantos mais notáveis do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, investigando sobre a história social e económica da era colonial e sobre o património histórico luso-brasileiro. A travessia do Atlântico num barco à vela, da cidade que o acolheu até à terra donde partiu era, desde há muitos anos, um sonho que ambicionava realizar. A oportunidade e a motivação surgiram no momento certo, do encontro com um companheiro dos tempos da mocidade.António de Abreu Freire, 68 anos, nasceu no Bunheiro, Murtosa e estudou na mesma instituição frequentada por João Peralta, sendo companheiro de turma de José, irmão de João. O seu percurso académico passou por climas da Europa, do Canadá e também pelo Rio de Janeiro entre 1964/68, mas sem notícias dos companheiros dos anos 50. Não souberam uns dos outros durante 44 anos, até ao ano 2000, quando Abreu Freire comandava um veleiro-escola com universitários portugueses na regata comemorativa dos 500 anos do achamento do Brasil. No Rio soube que João Peralta construía então, longe no sul, um veleiro com o qual desejava regressar à sua terra na Ria de Aveiro. Pelo lançamento do Diário de Bordo da viagem comemorativa, em 2001, Abreu Freire e os irmãos Peralta reencontraram-se em São Paulo.Em 2007/2008 Abreu Freire realizou o Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania, uma viagem a bordo de um veleiro pelos espaços da vida do padre António Vieira, de que resultaram várias publicações, uma exposição e um documentário filmado. João e José Peralta foram grandes suportes materiais e morais numa empreitada difícil e complicada que resultou em sucesso. Juntando a experiência de um veterano de 14 travessias à vela do Atlântico ao desejo de um emigrante de regressar à terra no seu veleiro, todos os ingredientes se encontravam disponíveis para criar mais um momento alto das suas vidas. E tem ainda outras razões que motivam esta travessia: neste ano de 2011 a família de João Peralta comemora os 100 anos do nascimento dos seus pais e em Janeiro de 2012 comemoram-se os 400 anos da fundação do estado do Ceará e da cidade de Fortaleza, obra de um alentejano de Santiago do Cacém, Martim Soares Moreno, um dos grandes heróis da unidade do Brasil, um dos “pais da pátria”, cuja história merece ser divulgada. Ele inspirou o personagem Martim do romance Iracema de José de Alentar e é personagem de primeiro relevo na história comum de ambos os países.João Peralta e Abreu Freire zarparão de Cubatão a bordo do Triunfo dentro de dias e farão escala em Salvador da Bahia, Recife, Natal, Recife, Fortaleza e São Luís do Maranhão. Em todas estas escalas será lembrado Martim Soares Moreno que aqui combateu os intrusos franceses e holandeses durante 45 anos, entre 1603 e 1648. Do Maranhão terá lugar a grande travessia de mais de 2.500 milhas com destino aos Açores e de lá navegarão para Sevilha, onde o herói do Ceará veio procurar reforços para a luta no nordeste. A escala em Sines, o porto mais próximo da terra natal de Martim Soares Moreno será em Dezembro, para terminar a viagem na Ria de Aveiro antes do solstício do Inverno. Mas para além de todas as razões que possam justificar esta travessia, tem uma só que é mesmo a que conta: nós queremos fazer de um espaço mais vasto o arraial das nossas utopias. Dizia o grande pregador padre António Vieira que os portugueses sempre tiveram pouca terra para nascer, o mundo inteiro para viver e morrer. Serão cerca de 6000 milhas de oceano, durante três meses da nossa vida, que pretendemos partilhar com os amigos e leitores do jornal O PONTO. Graças à Internet e telefone por satélite, manteremos contacto em tempo real com os nossos leitores e com os ouvintes da Rádio VAGOS FM durante toda a viagem. E esperamos encontrar-nos em Dezembro no cais da chegada; como todas as vidas, será na nossa mais um cais, na demanda do derradeiro cais.nte toda a viagem. E esperamos encontrar-nos em Dezembro no cais da chegada; como todas as vidas, será na nossa mais um cais, na demanda do derradeiro cais.


Fonte. J.P

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Joana Gramata ou Joana Maluca.....A História...




















A Gafanha da Gramata , ou Gafanha da Maluca, só em 1848 começou a designar-se de Gafanha da Encarnação , por naquele ano a Joana maluca e o seu segundo marido terem mandado construir a primeira capela deste lugar , dedicada a Nossa Senhora da Encarnação.
A designação de "Gramata" adveio do nome de uma planta marinha abundante na zona. A actual Gafanha da Encarnação tomou então aquele nome, não só pela existência da tal planta , mas pela necessidade de a distinguir da já existente Gafanha da Cale (Canal) da Vila (Aveiro), que se tornaria a Gafanha da Nazaré. Erradamente, chegou a supor-se que o nome de Gramat viria de Joana gramata, mas de facto foi contrário, Joana rosa de Jesus é que tomou o nome popular de joana Gramata.
Acontece que Joana Rosa de Jesus, ou Joana Gramata, também era conhecida por Joana Maluca, devido ao seu casamento com josé Domingos da Graça, a quem por alcunha chamavam "o Maluco". A esposa ganhou a alcunha do marido. Ao morrer, em 1878, com 90 anos de idade, deixou nove filhos e 66 netos. E como diz o Pe. João Vieira de Resende na sua "Monografia da Gafanha", "é claro que uma geração tão numerosa e florescente, entroncada numa idade tão provecta, e a quem ela assistia como senhora e rainha, deu-lhe o direito de crismar a sua povoação, a Gafanha da gramata, com a alcunha que ela tinha recebido do seu marido. Era de justiça o "privilégio", que os lugares circunvizinhos lhe concederam. Aparecer num local mal povoado uma macróbia, chefiando um povo de 66 netos, dava direito a uma consagração que ficasse marcando nas gerações futuras.
E a cantar passava a sua longa vida, prestando-se a receber visitas de representação e dos fidalgos, a quem concedia palestras quotidianas, que se prolongavam até ao declinar esplendoroso do sol por detrás dos palheiros da Costa Nova, nas piscosas e mornas tardes de Agosto e Setembro. E a faina do mar também vinha emprestar colorido ao quadro em pose das entrevistas dos categorizados e primitivos frequentadores da praia com a velhinha da Gafanha. Era e4ncantador e suave o declinar da vida desta nonagenária que, gulosamente, até ao último suapiro, ia fumando charutos sobre charutos sem queimar as barbas. Mas aquele role gigantesco, aquele arcabouço forte, também devia tombar. Estava a soar a hora da partida que, porventura, a surpreendeu num momento em que ela mnos desejaria (sem sacramentos)", relata estilisticamente, Vieira de Resende.
Como a igreja paroquial de Vagos ficasse longe e a única capela de toda a Gafanha, ainda que por mais acessível não oferecia grande comodidade de deslocação, Joana Maluca fez surgir uma capela na sua horta, que dedicou a Nossa Senhora da Encarnação. Desde essa altura que ficou como que construída uma nova povoação - a povoação da Gafanha da Encarnação.
A consequência da criação desta capela foi deslaçar o vínculo que unia todos os habitantes da Gafanha para criar nos povos da periferia das capelas da Nazaré e da Encarnação um espírito bairrista. O que terá trazido vantagens, como refere o Pe. João Vieira de Resende quando diz que: "Este separatismo veio a ser um regular propulsor para despertar a emulação entre os povos separados, estimulando as suas energias, ou vitalizando os seus empreendimentos (...)", mas que nem por isso deixa de lamentar que, "(...) teve porém a desvantagem de amolecer, resfriar os laços que prendiam e mantinham estes povos num intercâmbio lindo, invejável, das primitivas comunidades cristãs. Ali se mantinham os costumes e as características dos povos patriarcas".
Fonte: JFGE

10.º Aniversário da Ampliação e Remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo













21 de Outubro Sexta-feira

: 10h-18h Dia aberto
: 10h-17h Jornada do Mar “10.º Aniversário” - Actividades do Serviço Educativo

22 de Outubro Sábado

: 16h Sessão Comemorativa do 10.º Aniversário da Ampliação e Remodelação do MMI
: Apresentação do programa comemorativo dos 75 Anos do Museu Marítimo de Ílhavo
: Inauguração da exposição de pintura Álbum do Mar, de Costa Pinheiro
: Exposição da peça A Barca dos Apóstolos, depósito da Família Pires da Rosa
: Apresentação do Livro Bateiras da Ria de Aveiro: Memórias e Modelos, de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes

: 17h30 Quarteto de Flautas da Universidade de Aveiro (Marés de Música - Ílhavo 2011)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Terra ficou mais pobre......sem STEVE JOBS














Sucedem-se as homenagens ao génio de Steve Jobs, mas uma imagem que se destacou hoje pela originalidade está a fazer furor na Internet - e até já valeu ao autor uma oferta de emprego.

A imagem acima foi criada por Jonathan Mak, estudante de 19 anos da Escola de Design da Universidade Politécnica de Hong Kong, em homenagem ao co-fundador da Apple que morreu esta madrugada vítima de cancro no pâncreas.
Na ilustração, o logo da Apple é modificado de forma a que o pedaço que falta da maçã se torna no perfil de Steve Jobs.
O desenho está a ser difundido na Net, especialmente nas redes sociais. O actor Ashton Kutcher foi um dos que se emocionaram com a imagem e até a colocou como foto de perfil na sua conta do Twitter (@aplusk).
À Reuters, o jovem designer afirmou-se "animado e assustado ao mesmo tempo", relativamente ao impacto que a sua criação está a ter. Um desenho que define da seguinte forma: "É a compreensão silenciosa de que ficou a faltar uma peça à Apple".
Segundo a mesma fonte, Marks já teve mesmo uma oferta de emprego por causa deste seu trabalho, não tendo sido divulgado qual a empresa que o contactou.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ponto de Encontro com ....Jackson Pollock

Há duas formas de Arte a que o Ponto de Encontro não resiste ...a Música e a Pintura...essas sim ....Provas para mim da existência de Deus...Pollock está entre os Iluminados




















Paul Jackson Pollock nasceu em 28 de janeiro de 1912, foi um pintor estadunidense pioneiro do expressionismo abstrato. A Biografia de Pollock mostra um artista depressivo e alcoólatra que tinha constantes rompantes de fúrias e autodestruição. Jackson Pollock pintou 340 telas antes de suicidar-se jogando seu carro contra um árvore no dia 11 de agosto de 1956. Um gênio rebelde que pintou obras primas como: Blue Poles: Number 11 (1952), Number 32 (1950), Echo: Number 25 (1951), Guardians of the Secret (1943), entre outras.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nos Porões da Memória VI...No Museu Marítimo de Ilhavo

Nos Porões da Memória VI fotografia de Kent Barret e Manfred Buchheit
8 de Agosto 11 - 11 de Dezembro 11



Nos Porões da Memória guardam-se imagens improváveis do tempo mítico da pesca do bacalhau por homens e navios portugueses. Ao registo épico erigido pela propaganda do Estado Novo, que logo nos anos trinta construiu e divulgou uma memória oficial da “grande pesca” eminentemente historicista, aditou-se o olhar de estrangeiros, escasso em número e pouco dissidente no modo de ver. Mais realistas e diversos foram os registos de imagem dos próprios pescadores e oficiais, memórias sem rasto que o Museu tem procurado identificar e expor com a finalidade de pluralizar a memória da pesca do bacalhau. Neste infindável arquivo de discursos sobre a mítica “faina maior” são pouco conhecidas as imagens construídas por artistas e repórteres estrangeiros que fotografaram e filmaram a faina dos pescadores portugueses, construindo imagens que hoje podemos considerar documentais. É o caso deste magnífico conjunto de polaroids de autoria de dois fotógrafos canadianos que na década de oitenta se interessaram pela frota portuguesa, ainda composta por um número significativo de navios. Cabe ao Museu Marítimo de Ílhavo agradecer aos autores este contributo singular para o projecto do Museu, cuja missão cultural consiste na reconstrução de memórias da vida marítima e na promoção de uma cidadania do mar feita a diversas vozes.
Fonte: MMI

Em 1980, o Centro de Recursos para as Artes/Salão LSPU, em St. John's, na Terra Nova (Canadá) apresentou uma peça de teatro acerca da pesca levada a cabo pelos Portugueses nos Bancos da Terra Nova, intitulada "Terras de Bacalhau". A peça foi muito bem recebida, muito aclamada e voltou à cena passados um ou dois anos. Nessa altura, o Kent e eu, na qualidade de artistas associados do Salão LSPU, decidimos improvisar uma exposição com fotografias que íamos tirando aos pescadores dos diversos barcos que se encontravam no porto, usando para tal um equipamento SX-70. A ideia era construir uma exposição adequada à produção teatral do momento, para exibir durante a peça. Para tal, fomos para o porto, onde os navios estavam ancorados e perguntámos aos pescadores se os podíamos fotografar; em troca recebiam uma impressão da SX-70. Eles eram muito cooperantes e gostavam de ser fotografados permitindo-nos mesmo a entrada nos navios. Creio que alguns ainda devem ter as fotografias originais que lhes oferecemos. Uma segunda impressão integrava o nosso projecto que viria a ser posteriormente exibido no Salão LSPU, ainda em 1980. Desde essa altura, estas impressões originais estiveram guardadas e até esquecidas, até que no início deste ano as redescobri. O Kent e eu discutimos a possibilidade de voltar a exibir a exposição em St. John's e estávamos à espera do momento certo quando o Santa Maria Manuela, inesperadamente, chegou ao porto de St. John's. Durante a noite coloquei as fotografias no Facebook e o Kent colocou-as no Flickr. Resultou em muitos comentários e teve uma recepção muito boa. Tiago Neves, filho de um tripulante de navios bacalhoeiros e blogger, viu-as no Facebook, colocou um link no seu site e alertou o Museu.

Manfred Buchheit é um reconhecido profissional das artes visuais e da fotografia de arte que trabalha em fotografia e arte há mais de 50 anos. Nos últimos anos trabalhou como técnico de digitalização nos Arquivos Provinciais "The Rooms", em St. John's, responsável pela digitalização de imagens históricas das colecções fotográficas. No desempenho desta função tomou consciência das exigências de um arquivo, museu ou galeria e foi curador de algumas exposições. Enquanto artista organizou e foi curador de exposições suas e de outros.

Kent Barrett é um artista visual e fotógrafo localmente reconhecido pelo seu contínuo trabalho. Presentemente trabalha como web-designer. Trabalharam juntos em projectos de Arte ao longo dos anos.

Esta é a história destas Polaroids.

Fonte:Manfred Buchheit

Fora de Bordo - olhares sobre o Mar Português..no Museu Marítimo de Ilhavo....Até 2 de Outubro de 2011













Fora de Bordo - olhares sobre o Mar Português

Fotografias de Angus McBean Burt Glinn Bill Perlmutter Edouard Boubat Federico Patellani Gérard Castello-Lopes Guy Le Querrec Jean Gaumy Leon Levinstein Louis Stettner Peter Fink Sabine Weiss Weber Wolfgang Sievers

Aquilo que hábito ou por limitação do olhar tendemos a classificar como “marítimo”, consiste afinal numa confinada maneira de ver e de representar, como se a praia já fosse mar e nela habitasse toda a vida marítima.
“Fora de bordo” sintetiza metaforicamente esse modo de ver e sentir o mar, a tendência para o olharmos de fora, da terra para o oceano, sem o enlace romântico que a litoralização das sociedades remeteu para a espuma da memória e para visões exóticas de comunidades humanas que, em rigor, não conhecemos.
Uma pesquisa sobre as diversas representações de imagem que artistas, repórteres e cientistas sociais estrangeiros construíram sobre as comunidades marítimas portuguesas na segunda metade do século XX acabará por evidenciar uma menor dissidência no olhar do que podíamos supor. Se nos limitarmos ao modo como a fotografia feita por estrangeiros registou e representou as comunidades de pescadores portuguesas nesse quarto de século que decorreu entre o termo da II Guerra Mundial e a transição para a Democracia em 1974-76, encontramos belíssimas fotografias, a exemplo das que aqui se mostram, identificamos artistas importantes, alguns deles da Agência Magnum, depreendemos que o “mar português” interessou territórios artísticos que não se inscreviam no reduto oficial do regime salazarista, cuja propaganda, antecipada e oficiosamente, se incumbiu de fotografar e filmar as “gentes do mar nacionais”.
Observando estas vinte e quatro fotografias de treze artistas diferentes, muitos também fotojornalistas, apetece perguntar por que se fizeram às praias de Portugal a fim de as representar povoadas de barcos e pescadores?
Espécie de lugar de síntese do “mar português”, a Nazaré foi o laboratório favorito dos fotógrafos que vieram e voltaram, transmitindo a outros, com certeza, que certas imagens só ali se podiam ainda fazer. Nos anos cinquenta e sessenta, as enseadas e praias de pescadores portuguesas eram lugares de vida e de morte, de conflito e sobrevivência, espaços de fronteira habitados por tipos humanos que a modernização das pescarias já fizera desaparecer noutras paragens do “mundo desenvolvido”. Daí, talvez, a representação visual de sentido exótico que releva de várias fotografias, o privilégio de imagem atribuído às mulheres, aos velhos e crianças que em diversas se nota e, noutras ainda, a construção de imagens de tipo naturalista que nos mostram o mar como cenário e as suas gentes como personagens típicas de um certo imaginário etnográfico.
Exibir estas fotografias no MMI significa suscitar estas e outras questões que se prendem com o jogo social das identidades, ou seja, com o modo plural e inconstante como nos vemos na relação com o outro. Uma cultura marítima aberta e socialmente responsável implica esta arqueologia do olhar.
Fonte: MMI

Procissão na Ria em honra da Nossa Senhora dos Navegantes














Gafanha da Nazaré: Procissão da Senhora dos Navegantes volta a reunir centenas na Ria
Moliceiros, saleiros, mercantéis e lanchas devidamente engalanados desfilam, amanhã, pela Ria, em renovada honra à padroeira dos pescadores

A tradição secular volta a cumprir-se e a Gafanha da Nazaré é, este fim-de-semana, palco das Festas em Honra da Nossa Senhora dos Navegantes, com a habitual romaria e procissão, pela Ria de Aveiro (a XIV, sob organização do Grupo Etnográfico da Nazaré e da paróquia local).
A festa começa já esta noite, com a actuação do conjunto musical “Fim de Século”, mas o momento alto dos festejos – a Procissão - terá início amanhã, pelas 14 horas, a partir do Stella Maris, em direcção ao Cais n.º 3, onde começa o desfile pela Ria.
Integrarão este corso as imagens de Nossa Senhora dos Navegantes, de Nossa Senhora da Boa Viagem e de Nossa Senhora da Nazaré, a padroeira da freguesia. Este ano, segundo adianta o presidente do grupo organizador, Alfredo Ferreira da Silva, a procissão contará, ainda, com a presença de uma imagem vinda da Igreja da Costa Nova.
Será a embarcação de Adelino Palão que transportará, além do principal andor, os elementos da Filarmónica Gafanhense e várias irmandades. As restantes imagens irão a bordo da Lancha dos Pilotos e do barco “Travesso”.
Vários barcos moliceiros com grupos folclóricos convidados a bordo, além de barcos saleiros e mercantéis, que transportarão pessoas devidamente autorizadas, compõem o desfile, a que se juntarão, ainda, barcos de recreio e outros, com os seus proprietários, familiares e amigos.

Carla Real (Ganda jornalista)

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Pesca do Bacalhau, Santa Maria Manuela, 1966

sábado, 17 de setembro de 2011