terça-feira, 29 de dezembro de 2009

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Odes Marítimas de Júlio Pomar e Fernando Pessoa- no Museu Marítimo de Ílhavo


"...Não haverá um único museu do mar que não aspire a compor odes marítimas.
Fazer do mar um sujeito poético e artístico em permanente reinvenção, escrever e pintar os universos marítimos no precário equilíbrio entre um interior imaginado e um exterior tão realista quanto cruel, são formas nobres de abrigar a criação no reduto frio de um museu.
Em Junho de 1915, Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, publicava a Ode Marítima na Orpheu. No ano anterior, a primeira revista do futurismo português já dera a conhecer a Ode Triunfal, texto menos soturno, em cujas estrofes perpassa mais claridade.
Na Ode Marítima, o poeta-engenheiro naval Álvaro de Campos, como Pessoa se intitula ao assinar o seu longo poema sensacionista, um paquete simboliza todos os imaginários petrificados num silencioso cais: a memória, a saudade, a viagem. Ser poeta e, ao mesmo tempo, engenheiro de navios, significaria condensar numa só alma o confronto mais surdo do tempo da Grande Guerra: o combate entre um passado imaginado - a tradição - e um futuro incerto - a modernidade, a técnica e a maquinação do próprio Homem.
A vida marítima surgia a Pessoa aliás, a Álvaro de Campos como uma pedra de toque filosófica; como física e metafísica; enquanto realidade sonhada e realidade real. Ser engenheiro-naval significava, ao tempo, conjugar presente e passado, ligar a herança com o progresso, honrando a ligação umbilical de Portugal ao mar. Só um engenheiro e poeta o poderia compreender.
Não por acaso, ao inspirar-se na Ode Marítima, quase um século depois Júlio Pomar desenhou filosoficamente. De maneira mais e menos figurada, a lápis de cera e a pastel de óleo, compôs dezasseis magníficos desenhos, representando homens e navios, personagens centrais do poema pessoano e actores inevitáveis de qualquer narrativa marítima.
Ao juntar Pessoa e Pomar numa exposição temporária, o Museu Marítimo de Ílhavo pretende evitar-se como cais de pedra. Assim prossegue a ambição de preferir o questionamento e a interpelação das sensibilidades ao culto das nostalgias. O longo grito interior que a Ode Marítima encerra e a emoção estética que os desenhos de Pomar despertam são apelos fortes para novas viagens no imenso oceano da cultura marítima...."

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Navidad; Bom Natal



Para todos os meus amigos e família espalhada pelo Mundo;Suécia,Galiza;Chile e Portugal

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

PONTO DE ENCONTRO deseja a todos um FELIZ NATAL


Pela Positiva
A Sudoeste
Almagrande
Atlantico Azul
Beliscos Pequenos
Bolha
Casvic-O blogue do Cândido, da Jacinta da Inês e da Matilde
Caxinas
Digo eu com os nervos!!!!!(Joaníssima)
Do Portugal Profundo
Homes de Pedra en Barcos de Pau
José Pacheco Pereira
La Mar és el Camino
M.A.M.A.
Mar de Viana
Mar e Intimidades
Milhas Nauticas
O blogue do Pardal
Rouxinol de Bernardim
Singradura da Relinga
Ti Tamen Contas
Una mirada a la Ria de Vigo
Vasco Moscoso de Aragão
Ventosga
Viajante
Volare (O blogue do João)
Zé Angelo

Nasceu a Confraria dos OVOS MOLES em Aveiro


Doce conventual, os ovos-moles de Aveiro têm desde sábado dia 12 de Dezembro, uma confraria, cujos primeiros 30 elementos foram entronizados e apadrinhados pela aveirense Confraria Gastronómica de S. Gonçalo.

A promoção, divulgação e defesa cultural e gastronómica dos ovos-moles, é o objectivo da Confraria dos Ovos Moles que ontem nasceu em Aveiro, numa cerimónia de entronização que foi apadrinhada pela Confraria Gastronómica de S. Gonçalo e que juntou mais de uma centena de pessoas e duas dezenas de confrarias báquicas e gastronómicas para além de algumas individualidades aveirenses.
Mais de três centenas de pequenos ovos-moles foram servidos na cerimónia de entronização cujo almoço contou com sobremesas do doce conventual.

O traje da novel confraria é amarelo significando a gema de ovo com uma pequena barra castanha a lembrar a cor da terra, segundo o chanceler da confraria Rui Daniel Amorim que salientou que o chapéu tem a forma de um ovo.
Os ovos-moles de Aveiro estão incluídos pela Comissão Europeia na lista dos produtos alimentares com a denominação de "Indicação Geográfica protegida, sendo o primeiro doce português a receber tal distinção.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ponto de Encontro com o Chile



Porque as minhas raízes também estão lá..porque na minha Pátria de Hoje estão chilenos porque na minha Pátria de Hoje também está Michele Bachelet..lembrei-me de ELE (leia-se Pablo Neruda)



No Nos Moveran

Sube a nacer conmigo, hermano
dame la mano desde la profunda zona de tu dolor diseminado
no volverás del fondo de las rocas
no volverás del tiempo subterráneo
no volverá tu voz endurecida
no volverán tus ojos taladrados
yo vengo a hablar por vuestra boca muerta
a través de la tierra juntad todos los silenciosos labios derramados

y desde el fondo habladme toda esta larga noche
como si estuviera con vosotros anclado
contadme todo, cadena a cadena, eslabón a eslabón, y paso a paso
afilad los cuchillos que guardasteis
ponedlos en mi pecho y en mi mano
como un rio de rayos amarillos
como un rio de tigres enterrados
y dejadme llorar horas ,días, años, edades ciegas, siglos estelares

dadme el silencio, el agua, la esperanza,
dadme la lucha, el hierro, los volcanes
apegadme los cuerpos como imanes
acudid a mis venas y a mi boca
hablad por mis palabras y mi sangre

no, no, no nos moveran!no, no nos moverán!
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán.

unidos en la lucha, no nos moverán
unidos en la lucha, no nos moverán
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán
no,no, no nos moverán! no, no, no nos moverán!
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán

unidos en la huelga, no, no, no nos moverán!
unidos en la huelga, no, no, no nos moverán!
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán, no nos moverán!

Pablo Neruda